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Wednesday, August 31, 2022

PIB do 2º tri deve manter trajetória de crescimento, puxado por serviços; tendência é desacelerar no segundo semestre - InfoMoney

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre promete crescer na mesma intensidade em que avançou nos três primeiros meses de 2022 e ficar acima do nível pré-pandemia. O consenso Refinitiv de mercado aponta para uma alta trimestral de 0,9% e de 2,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Economistas e analistas ouvidos pelo InfoMoney projetam crescimento entre 0,6% e 1%. O dado será divulgado na próxima quinta-feira (1) às 9h (horário de Brasília) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mais uma vez, a atividade econômica deve ser impulsionada pelo setor de serviços, no lado da oferta. Em junho, o segmento cresceu pelo segundo mês consecutivo, avançando 6,3% na comparação com um ano antes. Os serviços têm sido beneficiados pela normalização da economia, com o relaxamento quase que total das restrições adotadas durante a pandemia. A retomada de atividades presenciais também coincide com medidas de estímulo adotadas pelo governo.

“O destaque deve ficar, sobretudo, com serviços prestados às famílias, segmento que ainda não voltou para o patamar pré-pandemia e deve continuar puxando a economia também no terceiro trimestre”, afirma Andrea Damico, sócia e economista-chefe da Armor Capital. A casa projeta alta de 1% para o PIB do segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses do ano.

“Tem ainda a dinâmica dos auxílios, o pagamento de vouchers e o aumento de renda disponível da classe média, com a queda do preço dos combustíveis”, complementa a economista.

O Morgan Stanley prevê crescimento trimestral de 1% e de 2,8% na comparação anual. “A recuperação do mercado de trabalho se provou robusta, impulsionada pela contratação de trabalhadores informais. Além disso, o governo antecipou o pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas”, enumeram os analistas do banco.

Leia mais: Taxa de desemprego cai para 9,1% em julho, a menor desde dezembro de 2015

O crédito, elemento importante para a expansão doméstica, vem apresentado crescimento tímido, apesar do aumento da inadimplência de pessoas físicas. “Em geral, quando os serviços vão bem, a parte de consumo das famílias também vai bem, e deve ser isso que vai puxar o PIB pelo lado da demanda”, afirma Raone Costa, economista chefe da Alphatree Capital. A casa prevê crescimento trimestral da economia de 0,9%.

Para Helena Veronese, economista chefe da B.Side Investimentos, ainda que os serviços tenham dado impulso à economia brasileira no segundo trimestre, já devem dar sinais de desaceleração no período. “A reabertura das atividades segue impulsionando, mas a normalização também já começa a ser absorvida pela economia”, afirma. A B.Side prevê crescimento de 0,8% para o PIB entre abril e junho deste ano e de 2,6%, comparando com o mesmo período do ano passado.

Expansão do PIB deve ser disseminada

Mesmo que puxado pelo setor de serviços, a previsão é que outros setores tenham contribuído com a continuidade do crescimento econômico no segundo trimestre.

“Sob a ótica da oferta, todas os grandes grupos devem mostrar avanço na margem. A agropecuária deve se recuperar após uma safra de soja marcada pelas estiagens no sul do país no 1T22 e, a indústria, deverá mostrar todos os segmentos contribuindo positivamente”, afirma João Savignon, economista da Kínitro Capital. A casa prevê crescimento de 0,8% no PIB do segundo trimestre, comparado com o período imediatamente anterior, e de 2,7% na comparação anual.

De acordo com Savignon, no entanto, ainda há uma “importante heterogeneidade” entre as atividades econômicas, sendo que algumas ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia. Essa é uma questão que também é observada por outros agentes de mercado.

“A indústria deve registrar performance bem mais tímida, pois tem mostrado dificuldade em diversas frentes. Desde problemas nas cadeias de suprimento globais, até arrefecimento do consumo de bens duráveis após o boom observado durante a pandemia”, ressalva Laura Moraes, economista da Neo Investimentos, que prevê um crescimento mais moderado (de 0,6%) do PIB no segundo trimestre.

PIB tende a desacelerar já no segundo semestre

A força do consumo privado deve se estender ao longo do segundo semestre deste ano, na visão do Morgan Stanley, e também em 2023, ainda que em menor escala.

“Não devemos ver estímulos fiscais impulsionando o consumo doméstico no ano que vem”, afirma a equipe de análise do banco.

Ainda de acordo com o Morgan, os investimentos devem ser impulsionados por uma forte recuperação da China em 2023. Além disso, o banco destaca a entrada de recursos do setor privado na economia, vindas de concessões, vendas de ativos e privatizações realizadas nos últimos anos.

Raone Costa, da Alphatree, enxerga tendência de inversão já terceiro trimestre. “A expectativa é que o setor de serviços mostre uma força menor, enquanto a indústria deve apresentar uma melhora, sobretudo na parte de bens duráveis. Acredito que vai ser o inverso em termos de abertura de crescimento”.

Os estímulos à renda devem continuar sustentando o crescimento na segunda metade do ano, na avaliação dos analistas, com chances de desaceleração a partir do quarto trimestre. “É quando a política monetária [de juros mais altos] começa a fazer efeito sobre a economia”, afirma Andrea Damico. A Armor Capital, recentemente, revisou suas projeções do PIB para 2022 (de 2% para 2,5%) e 2023 (de 0% para 0,5%).

Para Savignon, da Kínitro, apesar da visão favorável de crescimento no curto prazo, a dinâmica tende a ser desafiada nos próximos trimestres. “Por conta da desaceleração da economia global, do impacto do aperto monetário implementado até então e da dissipação dessas medidas fiscais”, conclui.

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As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de agosto - InfoMoney

O Ibovespa teve um mês de ganhos, de 6,16%, sendo o grande destaque as “ações de crescimento”, com as maiores altas percentuais, beneficiadas em um cenário de queda de juros.

Apesar da inflação brasileira seguir resiliente em seu núcleo, os sinais do fim do ciclo de alta de juros no Brasil preponderam para o bom desempenho dos ativos. Isso ainda que as preocupações sigam no radar nos mercados internacionais, o que inclusive levou a uma perda de ímpeto do mercado nacional no final do mês.

Na ponta oposta, companhias de commodities tiveram queda em meio à baixa dos preços, mas poucos ativos tiveram baixas muito expressivas, com os maiores destaques ficando para Braskem (BRKM5) e, fora do setor de commodities, IRB (IRBR3), únicos ativos do índice com queda superior a 10%. Já entre as maiores altas, três delas tiveram ganhos superiores a 40%.

Além da tese de ações de “crescimento”, o papel da companhia também disparou na esteira da divulgação de resultados, com o lucro líquido ajustado alcançando R$ 90,489 milhões no segundo trimestre de 2022, cifra 75,6% maior que a do mesmo período do ano passado. A empresa desenvolvedora e fabricante de tecnologia informou que o crescimento foi resultado de uma estratégia de diversificação que impactou, positivamente, outras linhas do balanço.

“A empresa continua se beneficiando de sua maior diversificação, compensando a desaceleração do segmento de varejo. A receita líquida ficou 32% acima das nossas estimativas, apresentando um forte crescimento de 108% na base anual. A empresa reportou um sólido crescimento de Ebitda de 82% na base anual, 0% acima das nossas estimativas. Além disso, a Positivo aumentou seu guidance de receita bruta para R$ 5,5-6,5 bilhões (acima de nossa estimativa de R$ 5,2 bilhões). Em suma, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo para o final de 2022 de R$ 16 por ação para POSI3”, apontaram os analistas da XP após a divulgação de resultados.

Após o balanço, o Bradesco BBI elevou as suas estimativa para a companhia e elevou o preço-alvo de R$ 9 para R$ 12 por ação e mantendo recomendação equivalente à compra, apontando que as perspectivas positivas para a empresa não estavam precificadas. “Acreditamos que a Positivo continuará apresentando bons resultados ao longo de 2022, beneficiados por um sólido pipeline de projetos especiais para o setor público e beneficiados pela sazonalidade do 2S22”, avaliaram.

“Estrelas” dos últimos meses, ainda que com forte volatilidade, as ações de varejistas de e-commerce como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) tiveram um mês especialmente positivo, ainda que longe das máximas registradas em 2020, quando as vendas online ganharam um impulso com as restrições sociais.

Neste mês, o cenário macroeconômico se mostrou favorável para as companhias do setor, com sinais do fim do ciclo de alta de juros, após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de subir os juros em 0,5 ponto percentual, a 13,75% ao ano, mas indicar o fim do ciclo (com algum eventual ajuste de menor magnitude), e na sequência o IPCA apontar deflação (ainda que com núcleos pressionados).

Como a taxa de juros elevada pressiona muito as varejistas, sinais de que ciclo de alta pode acabar melhoram consideravelmente as projeções para o setor.

Contudo, analistas ainda se mostram reticentes sobre o desempenho futuro das ações, também de olho no cenário operacional divulgados por elas com relação ao segundo trimestre de 2022.

“Os resultados operacionais apresentados ainda vieram impactados por conta da inflação mais elevada, que prejudica o poder de compra da população. Isso afeta o rendimento dessas companhias”, explicou Carlos Daltozo, head de research da Eleven Financial, em fala recente ao InfoMoney.  Ele também destacou que os juros elevados (atualmente a Selic está no patamar de 13,75%) pressionaram o consumo e pesaram negativamente no resultado financeiro das varejistas. “Esses dois fatores, com menor crescimento e resultado financeiro negativo, levam as empresas a registrarem prejuízos”.

Ao traçarem um panorama após os resultados, os analistas do Morgan Stanley mantiveram recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 4, e underweight (exposição abaixo da média do mercado)  para Via, com preço-alvo de R$ 2,50. Os analistas destacaram que, para o Magalu, as vendas em lojas ficaram abaixo do esperado, mas as margens se mantiveram. Via, enquanto também teve vendas abaixo do esperado, teve uma alta além da projetada de suas margens (com controle de despesas), mas não o suficiente para mudar a recomendação do banco para as suas ações.

Locaweb (LWSA3): avanço mensal de 38%

Ainda com expressiva queda no acumulado do ano de 29%, a Locaweb teve recuperação em agosto na Bolsa, ainda “no combo das ações de crescimento”, beneficiadas com a queda das taxas de juros.

Além disso, a expectativa e depois os resultados da companhia referentes ao segundo trimestre, apresentados na primeira quinzena do mês, contribuíram para maior ânimo no mercado. Contudo, em meio à forte valorização, alguns analistas já mostram maior cautela com os ativos.

A Locaweb reportou seus resultados do 2T22 com seu Ebitda (ajustado) de R$ 40 milhões, ficando em grande parte em linha com as expectativas do consenso, com ligeira melhora sequencial de margem, assim como também esperavam os analistas do BBI, destacou o banco em relatório.

O principal destaque positivo foi o desempenho da receita do ecossistema de comércio, ganhando maior participação no mix, apesar da forte desaceleração do GMV para 10% na comparação anual (ficando abaixo da inflação de 12 meses no período). “Em nossa opinião, o mercado já precificou em grande parte a melhora”, avaliaram os analistas do banco, que mantêm recomendação equivalente à neutra para os ativos.

Na última semana, o Credit Suisse elevou preço-alvo para Locaweb de R$ 9,50 para R$ 11, levando em conta o forte crescimento de receitas no segundo trimestre. No entanto, dada a valorização das ações no mês, o banco suíço rebaixou a ação de outperform para neutra por motivos de valuation.

A equipe de research do Credit Suisse mantém uma visão estrutural muito positiva sobre as perspectivas da empresa. No entanto, avalia que o preço atual das ações está esticado.

Os analistas elevaram em 2% a estimativa para a receita em 2022 e e em 4% para 2023, mantendo as premissas de vendas de mercadorias brutas (GMV, na sigla em inglês).

A maior receita vem do resultado de crescimento muito forte Bling (ERP), Melhor Envio (Logística) e Vindi (Pagamentos) assim como uma leitura positiva de Squid no trimestre. Os analistas veem como um fator positivo o fato da companhia não depender só do crescimento de e-commerce, tendo outras alavancas.

“Além disso, nos chamou a atenção o crescimento da plataforma de e-commerce da Locaweb em 10% quando o mercado em geral caiu 4%, reforçando nossa visão de um produto bastante competitivo por parte da Locaweb. As margens devem voltar pra um nível de 20%, mas deve demorar alguns anos. A sinergia de fusões e aquisições recentes deve demorar 3 anos”, avalia.

Azul (AZUL4): alta de 40%

Fora do circuito das “empresas de crescimento”, a Azul conseguiu despontar entre as maiores altas do índice, ainda que também com forte volatilidade, em meio à queda de commodities como o petróleo no mês (que impactam os custos de combustíveis da companhia) e também na esteira dos resultados do segundo trimestre de 2022, apresentados em meados de agosto.

A Azul surpreendeu positivamente com uma boa margem Ebitda, que superou o consenso, “apesar dos preços de combustível 81% mais altos em relação ao ano anterior”, destacou o Itaú BBA na ocasião. “Além disso, a relação dívida líquida/Ebitda melhorou para 6,2 vezes (abaixo de 7,7 vezes no 1T22) com uma geração de fluxo de caixa positiva em torno de R$ 800 milhões”.

O Bradesco BBI e o Credit Suisse mantiveram recomendação equivalente à compra para as ações, ainda que cortando o preço-alvo. O BBI cortou o preço-alvo de R$ 40 para R$ 30 para o fim de 2022, destacando ainda a visão de combustíveis mais altos para aviação.

O Credit, por sua vez, cortou o preço-alvo de R$ 42 para R$ 22, levando em conta o maior custo de capital e a visão de combustíveis mais altos entre 2023-2025, ainda que sem mudar a projeção de longo prazo do petróleo de US$ 65 por barril, além de aumentar a projeção de custo sobre o capital próprio.

Contudo, a recomendação para os ativos seguiu outperform (desempenho acima da média do mercado) apontando que, após a significativa liquidação do preço das ações, “o pior parece já ter passado”.

“Reconhecemos um ambiente de yield mais forte para a Azul no 2S22, pois lembramos que geralmente há uma defasagem de 4 a 6 meses para fazer o repasse de preços de combustível mais altos aos clientes finais. O ambiente de melhor rentabilidade, combinado com um ambiente de preço do petróleo mais baixo, deve ser o principal fator para um forte impulso de ganhos no 2S22, levando as margens operacionais de volta a dois dígitos baixos (entre 10% e 14%)”, apontam.

Os analistas acreditam que a Azul se tornou um concorrente mais forte no Brasil, com a estrutura de custos mais enxuta entre seus pares brasileiros, impulso positivo de ganhos à frente em meio a uma recuperação e controle de custos mais fortes e sua boa execução de gestão.

Confira as maiores altas do Ibovespa em agosto:

Empresa Ticker Cotação Variação
Positivo POSI3 R$ 11,88 +73,18%
Magazine Luiza MGLU3 R$ 4,27 +65,50%
Azul AZUL4 R$ 16,49 +40,58%
Locaweb LWSA3 R$ 9,35 +38,11%
Via VIIA3 R$ 3,22 +34,17%

Maiores baixas

Braskem (BRKM5): maior queda, de 17%

Agosto não contou com tantas quedas expressivas do índice, mas a maior delas ficou com a Braskem, com queda dos preços de commodities e também com as idas e vindas dos rumores sobre a venda de participação da Petrobras (PETR4) na companhia.

Além disso, no início do mês, a Câmara de Comércio Exterior, vinculada ao Ministério da Economia, anunciou a redução do Imposto de Importação para cinco insumos industriais, incluindo resinas plásticas. O corte foi feito via inclusão dos produtos na lista de exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul.

O órgão disse em comunicado que a redução tarifária levou em consideração problemas de abastecimento em certas cadeias produtivas e aumentos nos custos dos insumos. O governo vem realizando nos últimos meses cortes em diversas alíquotas de importação na tentativa de reduzir preços em geral.

A Braskem destacou em fato relevante que três produtos da companhia foram impactados: copolímeros de etileno e alfa-olefina, resina PVC-S e resina PP. As alíquotas de importação caíram de 11,2% para 4,4% no caso das duas resinas, e a 3,3% para os copolímeros.

O Morgan Stanley estima que o corte do imposto de importação pode levar a um impacto máximo no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 200 a US$ 250 milhões nos próximos 12 meses. “No entanto, achamos que há uma chance muito provável de que nem todos os produtos sejam importados, o que resultaria em uma quantidade menor do que a estimativa citada”, apontaram os analistas do banco. Eles destacaram que o risco de redução do imposto de importação está no radar há muito tempo, mas o momento da decisão foi inesperado pelo mercado, pois tem um perfil temporário, e não de aumento de concorrência.

Além disso, na sequência, a companhia divulgou seus números do segundo trimestre de 2022, revertendo lucro e registrando prejuízo de R$ 1,4 bilhão no período.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), por sua vez, caiu 19%, para R$ 3,9 bilhões, resultado de menores volumes dos principais produtos químicos no Brasil, PP na Europa e PE no México, bem como de menores spreads de PVC no Brasil e de PP na Europa, e da apreciação do real.

O Safra destaca que o resultado ficou 4% abaixo da sua estimativa devido ao fato de as despesas terem superado o previsto, com o prejuízo explicado principalmente pelo resultado financeiro negativo sobre as perdas cambiais e a provisão de R$ 1,166 bilhão para o acidente de Alagoas.

“Esperamos margens mais apertadas à frente, à medida que os spreads petroquímicos caem das máximas históricas”, destacou o Safra. Contudo, o banco seguiu com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 78 para os ativos.

O Bradesco BBI também apontou a piora do Ebitda devido a um efeito de transferência dos custos de matéria-prima (com estoques agora contabilizados a preços mais altos de matéria-prima) e paradas de fábrica na Petchem Básicos. Contudo, manteve recomendação de compra para os ativos, com preço-alvo de R$ 62 para 2023. O valuation deriva de um desconto de 15% sobre o que a LyondellBasell – LYB (concorrente da Braskem) negociaria em seu valor justo consensual.

“O risco-chave [para a ação] seria uma mudança de governo que poderia retomar grandes complexos petroquímicos no Brasil, o que poderia reduzir o rendimento médio de dividendos estimado da empresa de 13% para os próximos 3 anos”, avaliam os analistas do BBI.

IRB (IRBR3): mais um mês de baixa, de 14%

As ações do IRB voltaram ao radar dos investidores neste mês de agosto, com os rumores dos últimos meses sobre o aumento de capital para enquadramento regulatório tornando-se um fato concreto com o anúncio da companhia da realização da operação.

A companhia lançou uma oferta primária com esforços restritos de, inicialmente, 597 milhões de ações, no final do mês e, com base no preço de fechamento dos ativos do último dia 24, de R$ 2,01, o que levaria a uma capitalização de R$ 1,2 bilhão. Contudo, o montante pode ser elevado em até 200%, quase 1,2 bilhão de ações, prevendo assim a possibilidade de um desconto significativo para os ativos. A definição do preço por ação da operação ocorrerá na  quinta-feira.

Conforme destacado no resultado do segundo trimestre, o IRB registrou insuficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante de R$ 614 milhões. Também houve não enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatórias de R$ 730 milhões. Assim, a oferta é importante para o enquadramento nos padrões da Susep, órgão regulador do setor.

“A sinalização é de que eles estão esperando um desconto relativamente alto para conseguir captar esses recursos, o que faz sentido já que a companhia continua queimando caixa. Mesmo com o resultado financeiro mais favorável e mais robusto [do segundo trimestre], o operacional ainda está muito ruim, abaixo do que esperávamos para este ano”, avalia Carlos Daltozo, head de renda variável da Eleven Financial.

A necessidade de capital ficou mais latente após os resultados do segundo trimestre, quando a companhia registrou prejuízo 80,4% maior no 2º trimestre de 2022, para R$ 373,3 milhões. A companhia destacou em teleconferência de resultados que o período foi “drasticamente impactado” pela seca histórica que afetou a região Sul, levando a um índice de sinistralidade que foi o principal detrator do prejuízo no trimestre, acima de 100%. “O impacto não ocorreu por conta de contratos antigos e sim de contratos novos, rurais, trazendo um sinal amarelo na nossa avaliação sobre a qualidade da originação deles”, ressalta Daltozo.

Em meio ao cenário complicado para a companhia, o volume de posições “vendidas’ em ações do IRB alcançou um nível recorde nesta terça-feira (30), muito próximo do limite autorizado pela B3, com os olhos voltados para a capitalização.

Num cenário de operacional ainda bastante afetado e com os constantes aumentos de capital, a visão dos analistas de mercado ainda é de bastante ceticismo sobre a companhia, com recomendações para os investidores seguirem cautelosos em IRBR3.

“Uma questão é de se realmente esses valores de R$ 1,2 bilhão vão resolver o problema da companhia, uma vez que o operacional ainda não mostrou sinais de melhora, a sinistralidade segue elevada para os padrões da própria companhia, com índice combinado acima de 100%. O resultado operacional ainda é deficitário e provocando os prejuízos, mesmo com a tendência mais favorável do resultado financeiro por conta da alta da Selic”, avalia Daltozo. Atualmente, a Eleven tem a recomendação do IRB em revisão.

O BTG Pactual também destaca estar cauteloso com o ativo. “É certo que esperávamos que o IRB estivesse em uma situação mais confortável agora e sinalizamos que nossa capacidade de prever resultados até agora se mostrou muito baixa”, apontou a equipe de análise da instituição.

Suzano (SUZB3): queda de 8%

Nas últimas semanas, analistas e gestores destacaram um cenário de queda para os preços de papel e celulose, após meses de reajustes para cima nos preços das commodities nos mercados internacionais.

A diminuição da atividade econômica na Europa, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, e um crescimento tímido da China no consumo de papel e celulose colocam o setor sob pressão. Além disso, há um esperado incremento de oferta de celulose nos próximos meses.

Há sinais de melhora da cadeia de suprimentos, depois de um longo período enfrentando gargalos logísticos resultantes da pandemia. Isso deve liberar estoques grandes de celulose em 2023 suficientes para recompor o armazenamento do produto que andou em baixa nos últimos tempos. Além disso, dois grandes projetos no setor, um da Arauco (Projeto Mapa) e outro da UPM no Uruguai, entrarão em operação, depois de sofrerem atrasos na construção, gerando novas oportunidades de oferta de celulose no mercado.

O BBI avalia excesso de oferta de celulose de cerca de 1,1 milhão de toneladas em 2023 e de aproximadamente 2,1 milhões de toneladas em 2024. O BofA relatou que a preocupação dos investidores é com aumento da oferta no setor.

Com isso, há uma revisão para baixo nos preços. No caso da celulose, que chegou a US$ 790/t, o Bradesco BBI estima agora, para 2023, queda para US$ 610/t e em 2024, redução para US$ 500/t. Já o papel krafliner (usado para embalagens), a instituição vê retração de cerca de US$ 200 no preço atual nos próximos 12 a 18 meses.

Em meio ao cenário de previsível queda de preço de celulose e papel, o BBI fez ajuste no preço-alvo da Suzano, de R$ 80 para R$ 56 por ação. Além disso, reclassificou a companhia de outperform para underperform.

Vivo (VIVT3): baixa de 7,7%

Empresas consideradas “portos seguros”, mas que não tiveram resultados tão expressivos no trimestre, também acabaram em queda no mês, como foi o caso da Vivo. A companhia divulgou seus números no final do mês passado, com receita de R$ 11,8 bilhões, representando um crescimento de 11% na comparação anual, positivamente impactado pela consolidação dos ativos da Oi móvel, enquanto o crescimento orgânico foi de 7,6% na mesma base de comparação, acelerando de 4,6% na comparação anual no trimestre anterior.

O Ebitda, por sua vez, ficou em R$ 4,6 bilhões, ficando bastante em linha com o consenso, em alta de 8,3% na comparação anual no 2T22, sustentado pelo crescimento da receita, embora as margens tenham diminuído ante igual período do ano anterior. Os analistas do BBI viram os resultados como neutros para a empresa, “pois as tendências de receita melhoraram no trimestre, embora o Ebitda tenha ficado bastante em linha com as expectativas devido à pressão de custos.”

“Daqui para frente, acreditamos que a atenção do mercado deve estar voltada para potenciais sinergias a serem capturadas com a consolidação dos ativos da Oi, o que pode ser o gatilho para uma reclassificação mais acentuada dos atuais múltiplos”, avalia o banco, que tem recomendação neutra para o papel.

O Credit Suisse e a XP, por exemplo, estão entre as casas que mantêm preferência pelas ações da TIM (TIMS3) às da Vivo. A XP apontou também os números do 2º trimestre da Vivo como neutros, enquanto TIM superou as projeções,  com destaque para a receita acima do esperado.

Natura&Co (NTCO3): queda de 7,45%

As ações da Natura&Co foram das poucas do setor de consumo que tiveram baixa no Ibovespa no mês. Os resultados do segundo trimestre não empolgaram, além de sinalizarem os desafios para a companhia.

No trimestre, novamente, a rentabilidade foi o principal destaque negativo, apontaram os analistas da XP, com a margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita líquida) ajustada em 6,3% (queda de 2,3 pontos percentuais na base anual e queda de 1 ponto na trimestral), puxada pela The Body Shop (TBS) em 3,4% (-9,7p.p.) e a Natura&Co LatAm em 9,0% (-1,1p.p.).

A Natura reportou resultados fracos frente à deterioração macro, apreciação cambial, conflito entre Ucrânia x Rússia e pressão de custos, destacou a XP, com a venda consolidada em queda de 9% na base de comparação anual.

O Bradesco BBI, por sua vez, descreveu os resultados como uma “montanha-russa”. Para os analistas, existem grandes destaque positivos, com as vendas Natura Brasil crescendo 14%, as vendas Avon Brasil 5% maiores na categoria Beleza e mercados hispânicos crescendo bem com câmbio constante.

Contudo, também há algumas grandes frustrações, caso da contração da margem bruta, uma margem Ebitda dolorosamente baixa de apenas 3% na TBS e Avon International fraca, embora com deterioração limitada quando excluídas Ucrânia e Rússia.

“É justo dizer que o ‘motor’ da Natura & Co na América Latina, particularmente a Natura – parece melhor do que há vários trimestres, com forte crescimento e uma margem EBITDA estável de 10,8%”, aponta o BBI. No entanto, avalia, o ponto de interrogação sobre a TBS cresceu (os canais de varejo estão lutando com menor tráfego, mas outros canais não estão mais acelerando), com a fraqueza nesse negócio elevando a lista de problemas que precisam ser corrigidos.

Um passo positivo neste sentido foi comunicado – a administração espera poder cortar as despesas da sede corporativa em pelo menos 40%, o que equivale a quase 6% do Ebitda do ano passado – e os analistas esperam notícias adicionais sobre a nova estrutura corporativa nos próximos meses.

Confira as maiores baixas do Ibovespa em agosto:

Empresa Ticker Cotação Variação
Braskem BRKM5 R$ 30,45 -17,01%
IRB IRBR3 R$ 1,64 -14,14%
Suzano SUZB3 R$ 44,26 -8,35%
Vivo VIVT3 R$ 41,14 -7,76%
Natura NTCO3 R$ 14,42 -7,45%

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Orçamento: governo propõe salário mínimo de R$ 1.302 em 2023, sem aumento acima da inflação - Globo

RESTITUIÇÃO IMPOSTO DE RENDA vai ser paga HOJE (31); veja como receber o 4º lote da RESTITUIÇÃO IMPOSTO DE RENDA - Notícias Concursos

A Receita Federal está pagando nesta quarta-feira (31) o quarto lote de restituição do Imposto de Renda de 2022. Segundo as informações oficiais, mais de 4,4 milhões de brasileiros estão aptos ao recebimento do saldo a partir de hoje. Ao todo, estima-se que a liberação para esta fase tenha chegado ao montante de R$ 6 bilhões.

Deste total, a Receita Federal fez uma divisão por grupos. R$ 265 bilhões são destinados aos contribuintes que possuem prioridade legal. Estamos falando de 7.855 cidadãos com mais de 80 anos de idade, 60.575 entre 60 e 79 anos, 5.514 com algum grau de deficiência física e/ou mental, além de 25.854 cuja maior fonte de renda é o magistério.

RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2022 DATAS OFICIAIS

1º lote – 31 de maio (pago)
2º lote – 30 de junho (pago)
3º lote – 29 de julho (pago)
4º lote – 31 de agosto (pago hoje)
5º lote – 30 de setembro

Além deste grupo prioritário, também poderão receber as pessoas que não se encaixam em nenhum destes casos. São cidadãos não prioritários que enviaram as suas declarações até o último dia 30 de maio. A Receita Federal explica que o quanto mais antecipadamente  um cidadão envia a sua documentação, maiores as chances de receber uma restituição mais cedo.

Nesta quarta-feira (31), também estão sendo liberadas as restituições para as pessoas que caíram na malha fina em anos anteriores, e que depois acertaram as contas com o fisco. São os chamados lotes residuais. Para estes cidadãos e para todos os outros, a consulta já está oficialmente liberada desde a última semana.

Este é o penúltimo lote de restituição do Imposto de Renda neste ano de 2022. A quinta e última rodada será liberada no dia 30 de setembro. Em todos os casos, independente do grupo e data do recebimento, o valor da restituição do Imposto de Renda terá correção de 3,05% pela Selic, que é a taxa básica de juros.

Leia Também

RECEITA FEDERAL CONSULTA: Como fazer a consulta?

Como dito, qualquer cidadão pode fazer uma consulta para saber se vai receber a restituição neste lote, ou se será preciso esperar um pouco mais. Vale sempre lembrar que nem todo mundo que fez a declaração pode receber uma restituição.

De todo modo, o cidadão pode verificar se o seu nome está ou não na lista sem precisar sair de casa. Uma das maneiras é visitar o site oficial da Receita Federal na internet. Certifique-se de conferir se o endereço é mesmo o oficial antes de inserir seus dados.

Existem ainda outras opções. O cidadão pode fazer a consulta através de aplicativos oficiais da Receita Federal na internet. As aplicações são gratuitas e são compatíveis com celulares Android e iOS. Quem já tem o app no celular, deve atualizar o sistema.

RESTITUIÇÃO IMPOSTO DE RENDA 2022: Como a restituição é paga?

De acordo com informações da Receita Federal, a restituição é paga nas contas que os contribuintes informaram no momento da declaração do Imposto de Renda. A transferência também pode ser feita através do sistema de Pix.

Declarações que apresentaram algum tipo de inconsistência não terão a restituição liberada agora, e só serão depositadas depois que cidadão corrigir os dados, ou mesmo comprovar que a declaração enviada está de fato correta.

Caso o indivíduo ainda tenha dúvidas específicas sobre a sua situação, é importante consultar o portal e-CAC. Na plataforma, é possível saber o status de sua declaração, além de descobrir se ficou alguma pendência ou se sua declaração caiu na malha fina.

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Veja o que é sucesso na Internet:

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RESTITUIÇÃO IMPOSTO DE RENDA vai ser paga HOJE (31); veja como receber o 4º lote da RESTITUIÇÃO IMPOSTO DE RENDA - Notícias Concursos
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Desemprego cai a 9,1%, com recorde de trabalhadores informais - UOL Economia

A taxa de desocupação no trimestre de maio a julho ficou em 9,1%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que representa 9,9 milhões de pessoas. É o menor percentual de desocupação desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.

O índice referente a maio a julho de 2022 também representa queda em relação ao trimestre anterior, puxado pelo crescimento do número de pessoas com trabalho informal, que bateu o recorde da série histórica e chegou a 13,1 milhões de pessoas.

No período, trabalhadores informais compuseram 39,8% da força de trabalho no país. Estão incluídos nesse grupo trabalhadores sem registro, empregadores por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.

Dois grupos de atividades tiveram o maior número de novos profissionais: "Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas", que empregaram mais 692 mil pessoas, e "Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais", com 648 mil pessoas. Nenhum dos grupos, porém, teve queda. Apenas o setor de "Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura" não apresentou crescimento na população ocupada.

O rendimento médio também teve crescimento real pela primeira vez em dois anos, chegando a R$ 2.693 no trimestre.

De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, a última vez que houve crescimento significativo foi no trimestre encerrado em julho de 2020. O valor foi 2,9% maior que no trimestre anterior. Os dados mostram que o crescimento foi influenciado principalmente por um aumento no rendimento de empregadores, militares e funcionários públicos estatutários. Não houve variação nos demais grupos.

Diferença entre Pnad e Caged

O Ministério do Trabalho divulgou nesta semana os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país abriu 218,9 mil novas vagas em julho. A pesquisa, porém, abrange apenas contratos regidos pela CLT. São as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.

Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.

Metodologia

A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.

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Investimento chinês no Brasil triplica em 2021 e torna país principal destino de aportes - UOL

Com novos projetos e grandes aquisições, principalmente nos setores de energia e tecnologia da informação, o investimento de empresas chinesas no Brasil mais que triplicou em 2021, retornando ao patamar pré-pandemia.

Embora o resultado esteja influenciado pela base fraca de comparação com 2020, os números mostram que o país foi o principal destino do capital chinês no ano passado.

Entre as operações de destaque estão os aportes de recursos feitos pela Tencent em fintechs e startups como Nubank, QuintoAndar e Cora; a aquisição da companhia de transmissão de energia do Rio Grande do Sul pela State Grid e a compra da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) pela Great Wall Motors, além dos investimentos bilionários das gigantes chinesas de petróleo na Bacia de Santos.

A presença dos chineses no Brasil também ganhou destaque na campanha presidencial. O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou a empresários não querer "a ‘chinesada’ entrando aqui quebrando nossas fábricas, nossas indústrias, de jeito nenhum".

O ex-presidente Lula (PT) também manifestou a empresários preocupação com o avanço do país asiático na fabricação de produtos manufaturados e disse que a China "está ocupando o Brasil", "tomando conta do Brasil".

Relatório do Conselho Empresarial Brasil-China que será divulgado nesta quarta-feira (31) mostra que o investimento do país asiático em território nacional somou US$ 5,9 bilhões em 2021, valor 208% superior ao de 2020 em termos nominais, ano de queda por causa da pandemia, e o maior em quatro anos —os números não consideram a inflação, que no ano passado foi de 7% nos EUA.

Foram listados 28 projetos, número idêntico ao de 2017, e o segundo maior já registrado na série histórica iniciada em 2010.

Na América do Sul, desconsiderando o Brasil, os investimentos chineses cresceram 30% no ano passado. Em todo o mundo, a alta foi de apenas 3,6%.

O Brasil foi o país que mais recebeu investimentos da China no período, com participação de 13,6% do total. Desde 2005, foi o quarto maior receptor (4,8% do total).

Em termos de valores, o setor de petróleo foi predominante, respondendo por 85% do total. Em números de projetos, os destaques foram eletricidade e tecnologia da informação (TI).


Operações destacadas

  • As chinesas CNODC e CNOOC assinaram com a Petrobras acordo de coparticipação no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos
  • A Great Wall Motors comprou a fábrica de automóveis da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP)
  • A Tencent, o maior conglomerado chinês de tecnologia, que ingressou no Brasil em 2018, realizou aportes no Nubank, QuintoAndar, fintech Cora, Omie e Frete
  • A MSA Capital fez três novos aportes no Brasil: no Nubank e nas foodtechs Cayena e Favo
  • O grupo chinês Ant Financial, fintech do Alibaba, comprou 5% da Dotz
  • A CPFL, subsidiária da State Grid, venceu o leilão de privatização da CEEE-T (companhia de transmissão de energia do Rio Grande do Sul), com lance de R$ 2,6 bilhões

Responsável pelo estudo, o diretor de conteúdo e pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China, Tulio Cariello, afirma que o setor de TI deve se destacar novamente em 2022, junto com a agropecuária, considerando os projetos anunciados até o momento.

A área de tecnologia foi um ponto fora da curva, segundo ele. Foram dez projetos, quase um terço do total, nessa área —praticamente o mesmo número verificado no acumulado de 2007 a 2020 (12 projetos).

Cariello afirma que os investimentos chineses no exterior passaram por dois momentos distintos nos últimos anos. O primeiro foi de um crescimento ano a ano até 2016, quando alcançaram US$ 170 bilhões, seguido por um patamar estável próximo de US$ 120 bilhões desde então, com investimentos "mais racionais" após exageros anteriores, na avaliação do especialista.

Em relação às preocupações com o avanço dos investimentos do país asiático no Brasil, Cariello afirma que muitos dos insumos usados pelas indústrias nacionais são de origem chinesa, o que ajuda a baratear esses produtos e melhorar sua competitividade.

Ele também destaca que metade dos negócios registrados em 2021 foi de novos projetos e que as aquisições têm sido acompanhadas por investimentos para modernização do parque industrial e da infraestrutura do Brasil.

O especialista destaca ainda que algumas operações, como a compra da fábrica da Mercedes-Benz, ajudam a salvar empregos no país.

"Não acho que a China esteja quebrando o Brasil. O que existe é uma falta de competitividade nacional, que é um fator crônico. É muito visível que esses investimentos chineses contribuem para aquecer a economia", afirma.

"Eu vejo isso como uma vantagem. Você está modernizando nosso parque industrial e, muitas vezes, salvando empresas da falência."

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Tuesday, August 30, 2022

Lorival Luz deixa BRF após três anos como CEO - Brazil Journal

Após três anos à frente da BRF, Lorival Luz, o mais longevo CEO desde a aquisição da Sadia pela Perdigão, renunciou ontem à noite, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

A BRF deve anunciar ainda hoje Miguel Gularte como substituto. O executivo é um velho conhecido de Marcos Molina, o novo controlador da BRF. Desde 2018, Gularte comanda as operações do Brasil e da América Latina da Marfrig.

A saída de Luz era aguardada pelo mercado desde a chegada de Molina como maior acionista da BRF. Há cinco anos na empresa, o executivo chegou em 2017 como CFO, já na gestão de Pedro Parente, foi promovido a COO em 2018 e desde junho de 2019 ocupava a cadeira de CEO

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Dólar acelera alta frente ao real com piora externa após dados dos EUA Por Reuters - Investing.com Brasil

Dólar acelera alta frente ao real com piora externa após dados dos EUA © Reuters. Notas de reais e dólares 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes

SÃO PAULO (Reuters) - O acelerava seus ganhos frente ao real nesta terça-feira, depois que o humor dos mercados internacionais azedou na esteira de dados norte-americanos que podem aumentar a pressão para que o siga agressivo em seu combate à , mesmo diante de riscos de recessão.

Às 11:57 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,67%, a 5,0667 reais na venda. A moeda norte-americana saltou 0,91% no pico do dia, a 5,0790 reais, depois de mais cedo ter chegado a cair 0,50%, a 5,0080 reais, nível que não era visto desde o dia 13 de junho passado.

Na B3 (BVMF:), às 11:57 (de Brasília), o contrato de de primeiro vencimento subia 0,70%, a 5,0685 reais.

A movimentação no mercado doméstico acompanhou reversão de perdas iniciais do contra uma cesta de pares fortes, que ganhava 0,35% por volta de 9h50 (de Brasília). No mercado de ações, os três principais índices de Wall Street operavam firmemente no vermelho, depois de uma abertura em alta. ()

A piora generalizada nos mercados globais ocorreu após dados mostrarem que a confiança do consumidor norte-americano se recuperou mais do que o esperado em agosto, enquanto as vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos aumentaram em julho, sem dar sinais de que a demanda por mão de obra esteja desacelerando.

Ambos os dados devem manter o Federal Reserve firme em sua trajetória agressiva de aperto da política monetária, o que tende a beneficiar o dólar.

Alguns participantes do mercado alertavam para a possibilidade de volatilidade neste pregão devido à aproximação da formação da taxa Ptax de agosto, que acontecerá na quarta-feira.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar, o que geralmente eleva a instabilidade.

(Por Luana Maria Benedito)

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Monday, August 29, 2022

Quando o Pix Caminhoneiro voltará a ser pago? - Seu Crédito Digital

Na 1ª rodada do Pix Caminhoneiro, que ocorreu em 9 de agosto, mais de 190 mil caminhoneiros-TAC receberam as duas primeiras parcelas.

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Os transportadores autônomos ainda podem ganhar as primeiras parcelas do Pix Caminhoneiro no dia 06 de setembro, de R$ 1 mil (cada), referentes a julho e agosto. Em suma, trata-se de um grupo que está com o cadastro em situação ativo no RNTR-C, da ANTT. Entretanto, não teve registro de operação de transporte rodoviário de carga em 2022. Para isso, os motoristas precisam fazer a Autodeclaração do Termo de Registro do TAC até hoje, dia 29 de agosto, às 18h. Abaixo, descubra quando deve ocorrer o próximo pagamento do benefício.

O que é a autodeclaração? Onde é possível fazer a mesma?

Em suma, na autodeclaração, o caminhoneiro precisa afirmar que atende aos requisitos legais exigidos para o recebimento do Pix Caminhoneiro, e que está apto a realizar o transporte rodoviário de carga. Além disso, também será preciso informar o Renavam dos veículos cadastrados junto à ANTT.

Todos os profissionais precisam fazer a autodeclaração pelo Portal Emprega Brasil. Para isso, é preciso usar o login do Gov.br. Ou ainda, você pode usar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.

E quem perder a data?

Sugestões para você

Para os caminhoneiros que fizerem a autodeclaração depois do dia 29 de agosto, apenas terão direito a ganhar o Pix Caminhoneiro, a partir do mês da realização da mesma. Ou seja, vão perder as parcelas iniciais.

Quando o Pix Caminhoneiro voltará a ser pago?

Na primeira rodada, que ocorreu em 9 de agosto, mais de 190 mil caminhoneiros-TAC receberam as duas primeiras parcelas de pagamento. O valor se refere aos meses de julho e agosto. Abaixo, confira quando o Pix Caminhoneiro vai voltar a ser pago?

Envio de dados ANTT ou Autodeclaração Previsão do Pagamento
15/08 a 29/08 06/09
12/09 24/09
09/10 22/10
13/11 26/11
04/12 17/12

Onde será pago o Pix Caminhoneiro?

O crédito do valor do Pix Caminhoneiro ocorre na conta poupança social digital da Caixa. A mesma é aberta de forma automática aos beneficiários, com movimentação pelo app Caixa Tem.

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Escort que era de Lady Di é vendido por R$ 4,4 milhões no Reino Unido - Internet Group


Escort RS Turbo de 1985 da Princesa Diana marca apenas 40.170 km no hodômetro.
Divulgação
Escort RS Turbo de 1985 da Princesa Diana marca apenas 40.170 km no hodômetro.

Marcando apenas 40 mil km no painel, o Ford Escort RS Turbo de 1985 que pertenceu à princesa Diana foi arrematado por 737 mil libras no Reino Unido, o equivalente a R$ 4.416.914,70 , fazendo uma conversão simples.

A poucos dias antes do  25º aniversário da morte de Lady Di , o leilão aconteceu no Silverstone Auctions , região central da Inglaterra e adquirido por um comprador de Manchester , que não teve a identidade revelada.

O hatch tinha preço inicial de 100 mil libras (R$ 600 mil) e a oferta final foi de 650 mil libras (R$ 3,8 milhões) . O valor final ficou registrado em 737 mil libras (R$ 4,4 milhões) por conta das despesas e impostos contabilizados no valor do carro.

O leilão aconteceu justamente quatro dias antes do 25º aniversário da morte da princesa, que morreu aos 36 anos em um acidente de carro em Paris.

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Sunday, August 28, 2022

Período de deflação não deve durar muito, alertam especialistas - Correio Braziliense

Rosana Hessel

postado em 28/08/2022 06:00

 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A queda recorde de 0,73%, em agosto, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — que é a prévia da inflação oficial —, aumentou as chances de um segundo mês de deflação na taxa. Com o dado divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analistas passaram a revisar novamente a previsão para o indicador do custo de vida no fim deste ano — que gira entre 6,5% e 7%.

No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo Correio, é preciso cautela, pois o dragão da inflação não está totalmente domado. O volume é elevado e persistente, tanto no Brasil quanto no mundo. Aqui, a carestia está espalhada na economia, com 63% dos itens pesquisados registrando alta de preços, conforme dados do IBGE.

Analistas lembram que a deflação corrente não é sustentável, porque a recente queda nos impostos sobre combustíveis tem prazo de validade — dezembro deste ano. Conforme salientam, esse é um sinal de que as medidas adotadas têm objetivo somente eleitoral e sem uma estratégia para o controle das pressões inflacionárias. O risco é um cenário muito mais agravado no futuro próximo. Quando os tributos forem recompostos no ano que vem, a inflação poderá voltar, e até com mais força.

Apesar de cogitar a possibilidade de o país vivenciar "dois a três meses" de deflação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não comemorou a queda de preços, porque a carestia dos alimentos continua acima das expectativas da autoridade monetária. "A gente acha que não pode baixar a guarda", disse ele, na última sexta-feira, em evento para investidores.

Inconsistência

No Brasil, que tem no histórico a hiperinflação que vem assombrando vizinhos em crise — como a Argentina (de 71% ao ano) e a Venezuela (de 137%) —, o IPCA vem rodando na casa de dois dígitos desde setembro de 2021. Além da alta de preços de commodities, a desconfiança dos investidores em relação à questão fiscal tem deixado o dólar mais valorizado e aumentado a exigência de prêmios de risco dos juros dos títulos públicos.

"A deflação atual não é estrutural porque os preços não estão caindo por fatores consistentes. Não deixa de ser uma ação de política econômica do governo, que usa os instrumentos que possui. Mas o prazo oficial para essa queda de impostos é até dezembro. E pode haver um efeito rebote no início de 2023, quando houver o retorno, gerando mais inflação devido aos repasses em toda a cadeia", explicou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus.

O economista Simão Davi Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP), também reconhece que esse processo de deflação é temporário e deve fazer com que os preços voltem a subir no ano que vem. "Essas medidas eleitoreiras funcionam no curto prazo, mas não ajudam a consolidar um processo deflacionário. Mexem apenas no preço, sem mudar a estrutura da inflação na economia. Por outro lado, reduzir os impostos estaduais arrebenta o pacto federativo", explicou.

Na avaliação do especialista, o Brasil está com um problema de inflação, que afeta os mais pobres e que é necessário estar no centro do debate eleitoral. "Inflação é um imposto perverso. A primeira política que uma gestão deveria fazer é não ter inflação", frisou.

Para o governo, no entanto, inflação alta é boa do ponto de vista nominal porque ajuda a aumentar a arrecadação e a reduzir a dívida pública — aumenta o PIB nominal, que é o denominador do cálculo da taxa da dívida pública bruta. A redução de impostos sobre combustíveis contribuiu para a queda de 4,51% do grupo de transportes no IPCA de julho, de acordo com os dados do IBGE.

Por outro lado, os preços no grupo alimentos e bebidas — que mais pesam no custo de vida das famílias pobres — continuam elevados, com altas acumuladas em 12 meses até julho (14,72%), acima dos 10,07% da inflação oficial.

Apesar do discurso eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), a inflação brasileira é uma das mais altas entre as 15 maiores economias do planeta, no acumulado de 12 meses até julho. O país está em 12º lugar no ranking global por Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 e registrou a 4ª maior inflação em julho passado, perdendo para Rússia (15,10%), Reino Unido (10,10%) e Espanha (10,80%), segundo dados do site Trading Economics.

"A deflação ajuda muito a reduzir a inflação deste ano, mas mantém os riscos elevados para o ano que vem. O fiscal ainda incerto pode continuar prejudicando a inflação e o que pode ajudar são as commodities mais fracas com a possível recessão mundial. Em tese, ajudaria a inflação, mas vai depender do fiscal estar bem encaminhado para controlar o câmbio e aqui há muitos riscos", destacou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Pelas estimativas da economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, mesmo com esse cenário de deflação, o BC não vai abrir mão de um aperto monetário mais forte e deverá realizar mais uma alta da taxa básica da economia em setembro. Com isso, a Selic deverá passar de 13,75% para 14% ao ano, patamar que deverá permanecer até junho de 2023.

"A inflação é muito persistente e disseminada, e o governo não está ajudando no lado fiscal, o que dificulta o trabalho do BC de fazer o IPCA convergir para a meta", explicou.

 

Deflação de voo curto
Deflação de voo curto (foto: Arte/CB)

Horizonte distante

A inflação estrutural é um dos grandes problemas para o Banco Central (BC) entregar a inflação oficial do país dentro da meta. Com a elevação, em 2021, a autoridade monetária não conseguiu derrubar a taxa abaixo do teto de 5,25%, e o consenso entre analistas é que isso se repetirá neste ano e no próximo.

Pelas estimativas de Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, essa inflação estrutural gira em torno de 4%. Por isso, ele reforça que o BC deve ter dificuldade para cumprir a meta estabelecida para 2024, de 3%.

"Essa é a inflação estrutural e, por isso, o Brasil está muito distante de conseguir ter uma meta de 3% ou próxima a dos países desenvolvidos", destacou.

Na avaliação de Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, existem duas análises no mercado: a primeira, que a inflação começou a cair depois de atingir o pico entre abril e maio; a segunda, é que o BC não vai conseguir cumprir a meta deste ano e de 2023. A convergência da inflação para a meta será lenta e isso só deve ocorrer em 2024.

Desafio

O teto da inflação para este ano é de 5% e, mesmo com as constantes revisões para baixo, as previsões mais otimistas para o IPCA em dezembro estão acima desse patamar — giram entre 6% e 6,5%.

"Ainda tem vários fatores que pesam para o BC controlar a inflação. Um deles é que a meta atual, de 3,5%, vai cair para 3% até 2024. Esse é um dos pontos mais desafiadores para a condução da política monetária", destacou Padovani.

O especialista manteve as previsões em 5,50%. Pelas projeções do BV, o IPCA em 2023 encerrará o ano em 5,5% e continuará acima do teto da meta, de 4,75%. "A inflação vai cair do pico de 12% para 5,5% no ano que vem, mas, para chegar a 3% em 2024, vai exigir mais da política monetária. Por isso, os juros vão ficar parados por mais tempo", salientou.

José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, ressalta que a inflação atual é resultado, em grande parte, do choque de oferta. Mesmo com a queda dos impostos e o cenário atual de deflação, o IPCA continuará acima da meta neste ano e em 2023.

"O problema não é apenas a indexação da economia, mas a oferta, que é mais difícil aumentar do que a demanda, porque depende de um conjunto de decisões tomadas ao longo do tempo", explicou.

Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa, destacou que o mercado está subestimando a questão da inércia inflacionária deste ano, que será herdada em 2023. Para uma inflação menor, será preciso uma Selic mais alta do que a atual. "Para trazê-la para a meta, é necessária uma taxa básica de juros mais alta. Ou seja: para a mesma Selic, teríamos uma inflação mais alta", reforçou.

Saiba Mais

 

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Saturday, August 27, 2022

Preços dos combustíveis voltam a recuar nos postos; gasolina cai ao menor valor desde fevereiro de 2021 - Globo

Preços dos combustíveis voltam a recuar nos postos; gasolina cai ao menor valor desde março — Foto: Marcelo Brandt / G1

Preços dos combustíveis voltam a recuar nos postos; gasolina cai ao menor valor desde março — Foto: Marcelo Brandt / G1

Os preços da gasolina, do diesel e do etanol voltaram a recuar nos postos de combustíveis esta semana, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta sexta-feira (26).

De acordo com o levantamento da ANP, o preço médio do litro da gasolina caiu de R$ 5,4 para R$ 5,25, uma diminuição de 2,8%. Trata-se do menor patamar desde a semana encerrada em 27 de fevereiro do ano passado (R$ 5,17). O valor máximo encontrado nos postos foi R$ 7,00.

Foi o nono recuo seguido do preço da gasolina, segundo a agência.

Na semana passada, a ANP voltou a publicar o levantamento de preços depois que uma tentativa de ataque cibernético fez com que os sistemas da agência saíssem do ar por semanas.

Já o valor médio do litro do diesel passou de R$ 7,05 para R$ 6,93, redução de 2%. É o preço mais baixo desde a semana encerrada em 18 de junho de 2022 (R$ 6,91). O valor mais alto encontrado pela agência foi R$ 8,810.

Por fim, o preço médio do etanol passou de R$ 3,98 para R$ 3,84, uma queda de 3,5%. O levantamento chegou a encontrar oferta do etanol pelo máximo de R$ 6,99.

Em junho, os preços do litro do diesel e da gasolina alcançaram os maiores valores nominais pagos pelos consumidores para os combustíveis desde que a ANP passou a fazer levantamento semanal de preços, em 2004.

Queda da preços

A redução dos combustíveis sente o efeito da limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) adotada pelos estados depois que foi sancionado o projeto que cria um teto para o imposto sobre itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

Pelo texto, esses itens passam a ser classificados como essenciais e indispensáveis, o que impede que os estados cobrem taxa superior à alíquota geral que varia de 17% a 18%, dependendo da localidade. Até então, os combustíveis e outros bens que o projeto beneficia eram considerados supérfluos e pagavam, em alguns estados, até 30% de ICMS.

Além disso, a Petrobras tem promovido sucessivos cortes nos preços de venda da gasolina e do diesel para as refinarias. Na semana passada, por exemplo, a estatal reduziu o preço da gasolina vendida às distribuidoras em 4,85%. O preço do litro passa de R$ 3,71 para R$ 3,53 por litro.

Petrobras anuncia nova redução no preço da gasolina

Petrobras anuncia nova redução no preço da gasolina

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Concurso, casamento: os planos de quem não recebeu passagem da 123 Milhas - UOL Economia

Os planos frustrados de viagens de clientes que compraram passagens pela 123 Milhas, e que afirmam não terem recebido os bilhetes, são dos mais variados. Há consumidores que planejavam viajar para serem padrinhos de casamento, outros queriam participar de concursos, assistir a shows no Rock in Rio ou ainda ir para o exterior.

Em nota encaminhada ao UOL ontem, a 123 Milhas negou cancelamentos "deliberados", diz que houve erro e que "honra todos os compromissos". A empresa justifica que os clientes deveriam preencher um formulário 60 dias antes da data da viagem. "O não preenchimento a tempo implicará o cancelamento do pedido e não emissão da passagem", afirmou. UOL procurou hoje novamente a empresa e aguarda retorno. A reportagem também contatou o Procon-SP, que informou que monitora a situação.

Consumidores afirmam ao UOL que responderam ao formulário citado pela 123 Milhas, mas mesmo assim não receberam os bilhetes — a reportagem teve acesso ao comprovante de recebimento deste formulário, enviado pela empresa.

Já outros afirmam que nunca receberam o documento, mesmo após ter solicitado à empresa e que, por isso, foram impedidos de respondê-lo.

Férias no Nordeste

O almoxarife hospitalar Marcelo Oliveira da Silva, 40, comprou em março deste ano as passagens para passar as férias em Porto Seguro (BA) com a esposa, Ana Rosa Siqueira, 35. No pacote estava incluso as reservas em um hotel. Porém, ele não recebeu os bilhetes nem a reserva do hotel para a viagem, que deveria ocorrer até a terceira semana de agosto. Ele, que desembolsou R$ 1.054 com o pacote, afirma que encaminhou o formulário para a 123 Milhas.

Almoxarife hospitalar Marcelo Oliveira da Silva deveria viajar com a esposa Ana Rosa Siqueira até a terceira semana de agosto para Porto Seguro, mas os bilhetes não foram emitidos - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal

Almoxarife hospitalar Marcelo Oliveira da Silva deveria viajar com a esposa Ana Rosa Siqueira até a terceira semana de agosto para Porto Seguro, mas os bilhetes não foram emitidos

Imagem: Arquivo Pessoal

"Pela descrição [da promoção], 10 dias antes das datas escolhidas eles enviariam as reservas de hotel e passagens, mas nada aconteceu. No início, tinha atendente humano nos números aos quais eles disponibilizaram, contatos por email e WhatsApp também eram respondidos. Agora, nenhum canal de comunicação funciona, pelo menos comigo", conta da Silva, que se diz desapontado com a empresa.

"Era um um evento programado e, o pior, além do descumprimento do tratado, não ligaram, não entraram em contato para dar uma satisfação. Cadê a empatia?", afirma o cliente.

Rock in Rio

Karen Juliane Santos Arêde (de rosa) comprou em março deste ano passagens para ir com a irmã e o cunhado ao Rock in Rio - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

Karen Juliane Santos Arêde (de rosa) comprou em março deste ano passagens para ir com a irmã e o cunhado ao Rock in Rio

Imagem: Arquivo pessoal

Já a estudante Karen Juliane Santos Arêde, 24, comprou em março deste ano passagens para ir com a irmã e o cunhado ao Rock in Rio, com saída em 31 de agosto de Porto Alegre. Inicialmente, ela comprou os bilhetes só para ela, mas logo depois adquiriu bilhetes também para os parentes. As passagens dela já foram emitidas, mas as do casal ainda não.

"Estamos com essa viagem programada desde setembro do ano passado, pois estou de mudança para o Rio de Janeiro e aproveitamos para ir ao show do Justin Bieber, o qual sonhamos há mais de 10 anos. Estamos muito frustrados por tudo isso, pois ela é fotógrafa e está trabalhando todo o dia para juntar dinheiro para fazer sua primeira viagem", afirma Karen.

Padrinhos de casamento

Esteticista Vivian Quaresma e o marido são padrinhos em um casamento na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte. Porém, ainda não receberam bilhetes da 123 Milhas - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal

Esteticista Vivian Quaresma e o marido são padrinhos em um casamento na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte. Porém, ainda não receberam bilhetes da 123 Milhas

Imagem: Arquivo Pessoal

A esteticista Vivian Quaresma, 37, adquiriu passagens em abril deste ano para participar de um casamento na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte. Ela e o marido são padrinhos e gastaram R$ 932 com os bilhetes.

"Compramos e pagamos tudo, eu recebo todos os e-mails da 123 [Milhas] na minha caixa de entrada principal e não recebi o formulário. Consegui abrir um protocolo através do WhatsApp, me informaram que em até 5 dias corridos me dariam uma resposta, e até hoje nada", afirma.

Em 25 de agosto, Vivian foi informada que o caso dela estava sendo analisado e que "nos próximos dias farão contato com você para informar sobre o que poderá ser feito com relação a emissão do pedido". A esteticista está desempregada desde junho e diz que não tem como comprar novas passagens, que hoje giram em torno de R$ 3.000.

Custo de R$ 4.000 para cobrir cancelamento

O fotógrafo Alberth Klinsmann, 30 anos, gastou R$ 674,16 para adquirir duas passagens para ir de Natal para o Rio de Janeiro, onde iria comemorar seu aniversário, ir ao Rock in Rio e passar as férias com a esposa. A viagem ocorreria em 7 de setembro, com volta em 18 de setembro.

Ele adquiriu os bilhetes em março deste ano e, preocupado com a situação, contatou a empresa em julho. Em uma troca de emails, à qual UOL teve acesso, uma funcionária da 123 Milhas disse que era para aguardar e que, em até dez dias antes da viagem, os bilhetes seriam emitidos. Porém, em 23 de agosto, outra funcionária avisa que os bilhetes não poderiam ser enviados.

Como a esposa dele, Bárbara Medeiros, vai participar também de um concurso público em 10 de setembro em Cuiabá em meio às férias, o fotógrafo decidiu comprar novas passagens, nas quais pagou mais de R$ 4.000.

"Por esse e outros motivos a viagem era inadiável, não tinha como não ir. Quando eles mandaram o cancelamento, de imediato eu fui buscar novas passagens, mesmo pagando um preço absurdo. O que era quase R$ 700 virou mais de R$ 4.000", afirma.

Outras situações

O publicitário Lucas Andreão Agrizzi, 23, comprou em abril deste ano passagens para ir de Vitória para o Rio de Janeiro, em 7 de setembro, com retorno no dia 12 do mesmo mês. Ele iria com amigos aos shows no Rock in Rio. Agrizzi recebeu o formulário e encaminhou em 22 de julho, mas ainda não recebeu as passagens.

Me sinto frustrado demais, não tenho hábito de viajar de avião. Viagem são sonhos de muitas pessoas e eu sinto que a 123 milhas acabou com um sonho que eu tinha."
Lucas Andreão Agrizzi

O arquiteto Douglas Menezes de Santana, 29, comprou passagens para viajar com a namorada, a servidora pública Leyla Shayna Barros Lemos, 23. O casal adquiriu os bilhetes com saída em 2 de setembro de Aracaju para o Rio de Janeiro e também pretendiam ir ao Rock in Rio. Eles encaminharam o formulário em abril, após solicitarem à empresa. "Queria realizar o meu sonho de pré-adolescente de ir no show de Justin Bieber. Me sinto péssima, já chorei muito, sensação de impotência", disse.

O arquiteto e urbanista Weverton Jander, 26, tem viagem em família marcada para a próxima sexta-feira (2). Ele não encaminhou o formulário, mas entrou em contato com a empresa, que informou que era só aguardar pelos bilhetes até dez dias antes da viagem, que não foram enviados. "Me sinto enganado, estou com a viagem toda programada e receoso de não conseguir embarcar, o que me deixa triste que envolve a programação de 6 pessoas", afirma.

A diretora de inovação e marketing Maria Carolina Garcia, 37, vai participar de um casamento de uma amiga de infância em Portugal, em 9 de setembro, além de reuniões de trabalho em Madri na semana seguinte. As passagens foram compradas em 12 de junho, com saída de São Paulo no dia 4 de setembro. Ela também encaminhou o formulário e diz que foi "tratada com descaso, lesada e induzida ao erro."

A dentista Mariana Mota dos Santos, 29, tem viagem de Florianópolis para o Rio de Janeiro na próxima quarta-feira (1). Ela encaminhou o formulário, fora do prazo de 60 dias, mas a empresa disse que era só aguardar. "Todos os dias eu abro reclamação e ainda assim não obtenho resposta."

O biólogo e estudante de veterinária João Paulo Galvão Pacheco, 30, comprou passagens de Recife para São Paulo, onde iria com a namorada. A viagem está marcada para 5 de setembro. Ele não recebeu o formulário e entrou em contato com a 123 Milhas no começo de agosto. A passagem dele não foi emitida ainda.

Ontem, eu tive crise de ansiedade, minha pressão ficou alta, então já tive vários problemas com essa história toda."
João Paulo Galvão Pacheco

O que fazer?

A advogada Fernanda Paim Azevedo sugere que os clientes lesados pela 123 Milhas acionem o Procon e registrem uma reclamação. Assim, o órgão estará ciente do número de reclamações e poderá tomar providências.

Ela diz que os consumidores têm o direito de exigir da empresa a emissão da passagem aérea ou receber o reembolso dos valores pagos pelos bilhetes. Eles também têm direito ao ressarcimento dos danos materiais como, por exemplo, valores perdidos no pagamento de hotéis, passeios, congressos. Dependendo do caso, segundo a advogada, é possível entrar com ação por danos morais. Para isso, é preciso guardar comprovantes dos pagamentos efetuados para a viagem, e-mails e mensagens trocadas com a empresa, diz a advogada.

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