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Wednesday, September 1, 2021

PIB do Brasil recua 0,1% no 2º trimestre - G1

Movimentação na Ladeira Porto Geral, no Centro de São Paulo (SP), no dia 30 de agosto. — Foto: Romeo Campos/Futura Press/Estadão Conteúdo

Movimentação na Ladeira Porto Geral, no Centro de São Paulo (SP), no dia 30 de agosto. — Foto: Romeo Campos/Futura Press/Estadão Conteúdo

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,1% no 2º trimestre de 2021, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo divulgou nesta quarta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números do IBGE mostram que a economia brasileira perdeu fôlego, após avanço de 1,2% nos 3 primeiros meses do ano e depois de 3 trimestres de alta.

"Frente ao mesmo trimestre de 2020, o PIB cresceu 12,4%. No primeiro semestre, o PIB acumula alta de 6,4%. No acumulado nos quatro trimestres, terminados em junho de 2021, o PIB cresceu 1,8%", informou o IBGE.

Apesar do resultado frustrante, o PIB se manteve no patamar do fim de 2019 ao início de 2020, período pré-pandemia, segundo o IBGE, mas agora está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

PIB 2º trimestre/21 — Foto: Economia G1

PIB 2º trimestre/21 — Foto: Economia G1

Agricultura e indústria têm queda

A maior queda foi da agropecuária (-2,8%), seguida pela Indústria (-0,2%). Por outro lado, os serviços cresceram 0,7%. Pela ótica da despesa, consumo das famílias teve variação zero e os investimentos caíram 3,6%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e durante um certo período e serve como uma espécie de termômetro da evolução da atividade e da capacidade de uma economia gerar riqueza e renda.

Principais destaques do PIB no 2º trimestre:

  • Agropecuária: -2,8%
  • Indústria: -0,2%
  • Serviços: 0,7%
  • Consumo das famílias: zero
  • Consumo do governo: 0,7%
  • Investimento (FBCF): -3,6%
  • Importação: -0,6%
  • Exportação: 9,4%
Rua Antonio Agú, mais conhecida como calçadão de Osasco, na Grande São Paulo, em imagem do dia 12 de agosto, após fim das restrições no estado.) — Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Rua Antonio Agú, mais conhecida como calçadão de Osasco, na Grande São Paulo, em imagem do dia 12 de agosto, após fim das restrições no estado.) — Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Expectativas

Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19 e do fim das medidas de restrição de horários e público em boa parte do país, a inflação persistente, a tensão política e "riscos fiscais" (sustentabilidade das contas públicas) têm elevado nas últimas semanas o nível de incerteza sobre o ritmo da retomada e provocado revisões para baixo das previsões econômicas.

A expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2021foi reduzida de 5,27% para 5,22%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2022, a média das projeções está em 2%, mas parte dos analistas já vê um crescimento mais próximo de 1,5%.

Em 2020, no primeiro ano da pandemia, a economia brasileira caiu 4,1%, registrando a maior contração desde o início da série histórica atual do IBGE, iniciada em 1996, o que tirou o Brasil da lista das 10 maiores economias do mundo.

Economistas avaliam que o aquecimento do setor de serviços – o que mais emprega no país e com maior peso no PIB – deve ajudar na melhora do mercado de trabalho e garantir que o PIB do terceiro e do quarto trimestre se mantenha no azul, mas alertam para o riscos de novos freios para a recuperação, incluindo a perspectiva de novas elevações na taxa básica de juros (Selic), de agravamento da crise hídrica e piora do ambiente político, em razão das reiteradas ameaças do presidente Jair Bolsonaro à ordem democrática.

Analistas do mercado sobem a estimativa de inflação para 7,27% e veem alta menor do PIB em 2021

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