Mercados financeiros globais reagiram com otimismo nesta quarta-feira (9) à adoção pela Rússia de um tom menos agressivo quanto aos seus objetivos com a invasão da Ucrânia.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou não estar nos planos de Moscou a derrubada do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.
Refletindo a redução na aversão ao risco, o dólar perdia valor diante de 19 moedas de países emergentes, considerando uma lista de 24 divisas compilada pela agência Bloomberg.
O dólar fechou em queda de 0,77%, a R$ 5,010. Na cotação mínima do dia, havia recuado a R$ 4,9850. Entre emergentes, o real apresentou o melhor retorno à vista em relação à moeda americana.
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores do Brasil, saltava 2,27%, a 113.732 pontos, às 17h08.
O petróleo Brent, que é o mais negociado, recuava 12,28%, a US$ 112,27 (R$ 562,33).
A queda ocorre após a commodity ter atingido US$ 127,98 nesta terça (8), com o anúncio dos Estados Unidos de proibição de importação do petróleo da Rússia, uma das principais produtoras do mundo —o preço da matéria-prima chegou perto da máxima de US$ 146,08 (R$ 748), registrada em 3 de julho de 2008.
Quedas de empresas do setor de materiais básicos, porém, impediam um desempenho ainda melhor da Bolsa.
A Vale afundava 6,29%, liderando as perdas mais relevantes do mercado. Contratos de minério de ferro fecharam em queda na China em meio a rumores de que Pequim tomará medidas para restringir a valorização dessa commodity.
A Petrobras recuava 1,23%. Além da influência da baixa do petróleo nesta quarta, a companhia controlada pelo governo federal não conseguiu valorização expressiva mesmo diante da possibilidade de lucros no curto prazo com a disparada da cotação do petróleo no mercado internacional.
Altas seguidas da commodity aumentaram a pressão política para que a Petrobras reveja a política de paridade internacional para a definição dos preços dos combustíveis no Brasil, cujo método de cálculo responde à variação da cotação do petróleo e do dólar, entre outros fatores.
Apesar das oscilações provocadas pela guerra, desde o final do ano passado há um movimento de valorização da moeda brasileira. Uma combinação de ações baratas na Bolsa, real desvalorizado em relação ao dólar e uma taxa de juros alta vem atraindo investidores estrangeiros ao mercado financeiro doméstico.
Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam 2,38%, 2,90% e 3,77%, respectivamente.
Na Europa, o indicador que acompanha as 50 maiores empresas da zona do euro disparou 7,44%. A Bolsa de Londres fechou com alta de 3,25%. Paris e Frankfurt saltaram 7,13% e 7,92%, nessa ordem.
Dólar cai a R$ 5 com mudança de tom entre Rússia e Ucrânia - UOL
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