O ocidente amanheceu com uma novidade inesperada do BoJ (Banco do Japão), a ampliação da banda limite de juros para os títulos de 10 anos de 0,25 p.p. para 0,50 p.p.. Isso significa que agora o nível das taxas para esses papéis tem um campo maior de oscilação para cima e para baixo. Assim que foi anunciada a medida, os rendimentos dos papéis passaram dos antigos 0,21% a.a. para mais de 0,40% a.a., o que fez com que o Iene japonês disparasse mais de 3% contra o dólar.
O movimento acontece porque a taxa de juros é considerada o preço do dinheiro, portanto, se ela sobe moeda fica mais atraente. Como o BoJ vinha defendendo há muito que não promoveria uma política monetária mais restritiva para lidar com pressões inflacionárias, a alteração pegou boa parte dos investidores de surpresa. Agora, o mercado tenta se reposicionar ao novo cenário provocado pela medida japonesa.
Com o Iene mais atrativo, se iniciou também um movimento de saída do dólar em direção ao Japão, enfraquecendo a moeda norte-americana, que agora de manhã cai na comparação com uma cesta das principais moedas do mundo. Isso também afetou os juros futuros norte-americanos, que subiam até 10 pontos-base no início da manhã.
No campos das commodities, o petróleo tipo Brent também é negociado a preços acima dos praticados na segunda-feira, também afetado pela queda do dólar. Além disso, o minério de ferro apresenta leve recuperação, com manutenção das taxas de empréstimo de referência dos bancos chineses e dados apontando dinamismo na atividade siderúrgica.
Por aqui, a Câmara dos Deputados deve votar a PEC da Gastança ainda hoje. A expectativa é de que ela seja desidratada após decisão liminar do ministro do STF Gilmar Mendes que garante recurso para o novo Bolsa Família fora do Teto de Gastos.
Mudança em juros no Japão repercute nos mercados do mundo todo - O Antagonista
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