Clientes do Itaú (ITUB4) não conseguiram acessar o aplicativo do banco na manhã desta terça-feira (31). Segundo diversos depoimentos, o app ficou totalmente fora do ar.
Procurado pelo InfoMoney, o banco afirmou inicialmente que “o acesso ao aplicativo do banco apresentou instabilidade” para clientes pessoa física, mas já estava “sendo restabelecido gradativamente e estará disponível para todos os clientes nos próximos minutos”.
Às 12h12, o Itaú afirmou em um novo comunicado que “o acesso ao aplicativo do banco já foi totalmente normalizado”. “O banco pede desculpas a seus clientes por qualquer inconveniente”.
Antes de se posicionar oficialmente, o banco estava respondendo nas redes sociais os clientes que reclamavam de problemas no app (veja abaixo).
Oi. Há uma indisponibilidade, mas o time de sistemas já está trabalhando para resolver o quantos antes. Por enquanto, outra possibilidade é acessar o bankline (https://t.co/Gq67Ic1Rb9).
No site Dowdetector, os problemas começaram a ser relatados por volta das 10h. Eles saíram de 2 notificações às 9h46 para 249 às 10h01 e atingiram um pico de 1.677 às 10h31. Às 12h49, eles haviam caído para 17 reclamações.
Segundo a plataforma, 83% dos problemas apontados pelos usuários são de login no aplicativo para celular, 9% são de login no internet banking e 8% são de problemas no Pix (tipo de reclamação que era apenas 2% pela amanhã, mas foi aumentando ao longo do dia).
Há indícios de que o problema foi generalizado, pois havia reclamações de que o aplicativo estava fora do ar em vários estados (como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais).
Um usuário relatou por volta das 10h30 que o aplicativo não estava abrindo. “No início da manhã abria, mas não dava de realizar operação nenhuma”, escreveu Luiz Antônio Pereira no Dowtector.
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As reclamações eram parecidas no Twitter. Uma usuária afirmou que estava tentando abrir o app do Itaú desde as 9h30 para fazer um Pix, mas não conseguia. “Será que é geral ou eu que fui premiada?”.
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A Americanas pediu à Justiça nesta segunda-feira (30) proteção contra cortes no fornecimento de luz, telefonia e internet em suas lojas por dívidas com concessionárias de serviços públicos. No pedido, solicita o estabelecimento de multa diária de R$ 100 mil.
Na ação, a empresa diz que já vem sendo alvo de cobranças das concessionárias Enel São Paulo e Light, que atende a região metropolitana do Riode Janeiro, por faturas que estavam em aberto antes do pedido de recuperação judicial, feito no dia 19.
A Light aparece na lista de credores apresentada no pedido de recuperação judicial com uma dívida de R$ 919 mil. À Eletropaulo, hoje chamada de Enel São Paulo, a Americanas deve R$ 442 mil. A Americanas deve ainda R$ 25 mil a outra empresa da Enel, a Enel Green Power.
A varejista aponta dívidas elevadas também com empresas de telefonia. Com a Claro, por exemplo, a dívida é de R$ 24,1 milhões. Mas a lista de credores não identifica se o valor corresponde à prestação de serviços ou a parceria comercial.
A companhia alega que os serviços de eletricidade, telefonia e internet são imprescindíveis e que, mesmo depois do pedido de recuperação judicial, ainda vem recebendo cobranças.
Na ação, a Americanas pede ainda proteção contra ações de despejo de suas lojas por atrasos no aluguel. Há um caso correndo, por exemplo, em Niterói, na região metropolitana do Rio.
A empresa é alvo de uma ação de despejo movida pelo Plaza Shopping, administrado pelo consórcio Aliansce Sonae + BR Malls. Segundo a lista de credores do processo de recuperação judicial, a dívida é de R$ 319 mil.
Nesta segunda, as maiores centrais sindicais do país divulgaram comunicado conjunto defendendo a participação direta do Ministério do Trabalho no processo de recuperação judicial da empresa.
Em reunião com sindicatos, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que "aparentemente, pode ter havido uma irresponsabilidade empresarial", mas afirmou que "é fundamental a gente conseguir preservar a continuidade da atividade econômica das Lojas Americanas, independente de quem seja seu controlador".
A empresa tem entre os principais acionistas os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, que já alegaram desconhecimento sobre a situação contábil da companhia. Os três são investigados em processo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre omissão de informações.
Com cerca de 1.800 lojas físicas espalhadas pelo território nacional e também forte presença no comércio online, a companhia tem cerca 45 mil funcionários e é um dos maiores empregadores do País.
Na última sexta-feira, 27, a reportagem visitou várias lojas da varejista na cidade de São Paulo e conversou com funcionários, sob a condição de anonimato. Eles disseram que a empresa está pagando em dia e que nada mudou na rotina de trabalho.
Mas o que se percebe é que o clima entre os trabalhadores é dúbio: oscila entre o receio de vir a perder o emprego e a “certeza” de que a crise na empresa não existe. “É papo de internet”, como disse um dos entrevistados.
Uma vendedora, com menos de um ano de empresa e salário de R$ 1.400, disse que nunca passou pela sua cabeça que a Americanas pudesse entrar em crise. Animada com a companhia, ela está sendo treinada para subir de cargo, virar supervisora, e ganhar mais.
Ao mesmo tempo que não acredita que a Americanas venha a fechar loja e demitir, “porque até agora para nós não mudou nada”, segundo ela, a vendedora começou a mandar currículo para os concorrentes. Desde que o problema veio à tona, enviou três currículos em busca de vaga em outras empresas.
Outra vendedora mais antiga, com um ano e meio de casa, de outra unidade da rede, já enviou dez currículos, desde que a varejista entrou em recuperação judicial. “Se me chamarem (para outra vaga de trabalho) eu saio”, disse ela, alegando que não pode correr o risco de ficar sem emprego e dinheiro para pagar a faculdade.
Apesar de ter sido rápida na busca de outra alternativa de trabalho, ela demonstrou dúvida se a crise da empresa é verdadeira. “A chefia falou que é boato e que já está tudo resolvido”, contou.
Já outro funcionário de outra unidade da Americanas, que está há cinco meses na empresa na função de auxiliar de loja, ganhando R$ 1.600, está confiante. “Não mandei currículo, não estou preocupado”, disse. Segundo o funcionário, a Americanas está pagando em dia o que o faz acreditar que a varejista não vai falir. Inclusive, disse ele, a empresa soltou um comunicado falando sobre isso.
Comunicado fala em reestruturação
Em comunicado enviado às lojas logo após a companhia ter entrado com pedido de recuperação judicial, no dia 19 de janeiro, a direção responde algumas perguntas fundamentais. Diz que a Americanas não vai falir e que “a recuperação judicial é justamente uma forma de empresas viáveis economicamente seguirem com suas operações, com seu caixa preservado e negociando com seus credores”.
O comunicado esclarece também que “a lei prevê que os salários sejam pagos normalmente durante o período em que a empresa estiver em recuperação judicial”.
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Na questão se haverá demissões, o comunicado esclarece que neste momento a companhia está focada na manutenção das operações. Em seguida, acrescenta que “um plano de estratégico de otimização dos recursos está em andamento para que decisões que garantam a sustentabilidade da companhia tenham efeitos em curto prazo.” No entanto, pondera que “em processos como esse, é comum que haja reestruturação”.
É exatamente esse o ponto crucial para as lideranças sindicais. Na análise do presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o que está escrito nas entrelinhas é que poderá haver demissões. “A empresa não responde claramente a pergunta se vão ocorrer demissões, mas quem tem experiência sabe que o que está dito na última frase, que cita a reestruturação, é isso.”
Centrais sindicais pedem bloqueio de R$ 1,53 bilhão dos acionistas
Na última quarta-feira, 25, seis centrais sindicais e duas confederações de trabalhadores ajuizaram uma ação civil pública na 8ª Vara do Trabalho de Brasília, pedindo que a Justiça bloqueie R$ 1,53 bilhão da conta pessoal dos acionistas de referência da Americanas — Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles —, para garantir que as 17 mil ações trabalhistas em curso contra a varejista sejam pagas.
O pedido de liminar é assinado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), FS (Força Sindical), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Contracs-CUT (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), e CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio).
De acordo com Patah, dirigente de uma das centrais signatárias do pedido, a ação civil pública é para garantir os processos em curso. “Mas a intenção é conseguir sensibilizar o juiz para que os acionistas injetem os recursos necessários para cobrir a recuperação judicial”, afirmou o sindicalista.
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Procurada, a Americanas informou, por meio de sua assessoria, que “ainda não foi notificada formalmente da ação e que se manifestará a seu respeito nos autos do processo, dentro dos prazos legais fixados”.
Os consumidores tiveram uma notícia surpreendente nesta sexta-feira (27) em relação à conta de luz. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelou qual bandeira tarifária ficará em vigor no país em fevereiro.
Em primeiro lugar, vale destacar que a agência vem mantendo a bandeira verde desde meados de abril de 2022. Isso quer dizer que os consumidores estão aproveitando uma conta de luz mais barata nos últimos meses, visto que a bandeira verde não promove cobrança adicional.
Para fevereiro, a Aneel manteve a bandeira tarifária, aliviando o bolso dos brasileiros por mais um mês. A decisão é bastante surpreendente, ainda mais porque a entidade vinha alertando no ano passado que a bandeira tarifária deveria chegar ao nível amarelo no decorrer do ano. Contudo, para alívio dos brasileiros, isso ainda não aconteceu.
Com a decisão, fevereiro será o décimo mês completo sem cobrança adicional na conta de luz para os consumidores. Aliás, o cenário é completamente diferente do observado em 2021 e no início de 2022, quando a população sofreu com a bandeira escassez hídrica.
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Em síntese, a tarifa em questão ficou em vigor no país entre setembro de 2021 e meados de abril de 2022. A saber, a bandeira escassez hídrica promovia uma cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
Aliás, a bandeira foi criada especialmente em 2021 para mitigar os impactos da pior crise hídrica que o Brasil enfrentou nos últimos 91 anos. Ainda mais porque o governo federal acionou diversas termelétricas para produzir energia para a população, uma vez que as hidrelétricas não conseguiam produzir em sua capacidade máxima devido à falta de chuvas.
Contudo, estas usinas são bem mais caras e poluentes que as hidrelétricas, e a população teve que pagar caro para ter energia elétrica em casa.
Entenda o sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
Em suma, a Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
Bandeira verde: não há cobrança extra na conta de luz porque a situação dos reservatórios se mostra positiva e há condições favoráveis de geração de energia;
Bandeira amarela: quando o cenário começa a apresentar condições menos favoráveis, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando as condições estiverem desfavoráveis, promovendo uma cobrança de R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
Bandeira vermelha patamar 2: tarifa vale quando o cenário fica crítico, com condições muito desfavoráveis e custos de produção de energia muito elevados no país. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
A Aneel criou o sistema de bandeiras tarifárias em 2015. Em resumo, o sistema tem o objetivo de indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores. Além disso, busca aliviar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Situação dos reservatórios
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estava em 67,90% até quinta-feira (26), patamar considerado confortável pelo ONS. Em síntese, estes reservatórios são responsáveis por cerca de 70% da capacidade de produção de energia no país.
A título de comparação, os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estavam apenas com 23,35% de volume em janeiro de 2021. No ano, a questão se agravou ainda mais e o nível caiu para 14,9% em setembro, ligando o sinal de alerta no país em relação à incapacidade de atender a demanda da população por energia elétrica.
A saber, a expectativa do ONS é que os reservatórios dos quatro subsistemas do país fechem janeiro em patamares acima de 60%. Em relação aos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, as projeções indicam que o nível chegará a 69% até o final do ano. Caso isso se confirme, será o maior patamar para o desde 2012.
Nesta sexta-feira, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, explicou que a continuação da bandeira verde em 2023 confirma as projeções divulgadas no ano passado, que indicavam que havia boas expectativas para a manutenção da bandeira tarifária sem cobrança extra nos primeiros meses deste ano.
“As bandeiras dão transparência ao custo real da energia e permitem ao consumidor se programar e ter um consumo mais consciente”, explicou Sandoval Feitosa.
Carro sendo abastecido com gasolina no ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Os preços médios de etanol e diesel caíram pela terceira semana consecutiva nos postos de combustíveis, enquanto o da gasolina ficou praticamente estável, apontaram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta sexta-feira (27). A pesquisa é referente à semana de 22 a 28 de janeiro.
A gasolina comum foi comercializada em média a R$ 4,97 o litro na semana, quase estável ante R$ 4,98 na semana anterior, segundo os dados da ANP.
Já o etanol, seu concorrente nas bombas, foi vendido a R$ 3,78 o litro, queda de 1,8% ante R$ 3,85 na semana anterior.
O diesel S10 (com menor teor de enxofre), por sua vez, registrou média de R$ 6,38 o litro, queda de 0,7% contra R$ 6,43 uma semana antes.
O diesel comum registrou média de R$ 6,28 o litro, queda de 0,63% em relação à semana anterior (R$ 6,32).
Nesta semana, a Petrobrassubiu em 7,5% os preços de venda da gasolina a distribuidoras a partir de quarta-feira (25), na primeira alta do combustível desde junho de 2022, após a cotação do petróleo e o comportamento do câmbio terem elevado a defasagem dos preços internos frente aos internacionais.
O repasse dos ajustes da Petrobras nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é imediato e depende de uma série de questões como margens de distribuição e revenda, adição de biocombustíveis e impostos.
Os combustíveis fecharam a terceira semana de 2023 em queda firme nos postos do país. No ano passado, tanto a gasolina quanto o etanol hidratado ficaram mais baratos nas bombas. E isso também aconteceu nas duas últimas semanas no país, com o valor médio de ambos os combustíveis recuando nas bombas.
Embora os preços tenham caído, os motoristas ainda têm muitas dúvidas sobre qual o melhor combustível para abastecer seus veículos, uma vez que eles são concorrentes nas bombas. Nesse cenário, os questionamentos sobre a gasolina e o etanol hidratado se mostram bastante numerosos, mas a resposta para essas perguntas é bem simples.
Em suma, o etanol não consegue proporcionar um desempenho tão elevado quanto a gasolina. Por isso mesmo que o seu preço é inferior ao do combustível fóssil. E, para saber qual dos dois é mais vantajoso, os motoristas precisarão fazer um cálculo simples. Mais abaixo haverá uma explicação sobre a realização da equação.
A propósito, esses dados fazem parte do levantamento divulgado semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em resumo, a entidade pesquisa os preços dos combustíveis em mais de 5 mil postos do país e divulga o valor médio da gasolina, do etanol hidratado e do óleo diesel.
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Combustível com melhor custo-benefício
Em números absolutos, a diferença entre os combustíveis é bem expressiva. A saber, o preço médio do etanol correspondeu a 77,3% do valor da gasolina no país. Contudo, a taxa precisaria ser ainda menor para que o etanol se tornasse mais vantajoso que o combustível fóssil.
Isso quer dizer que, em média, a gasolina foi mais vantajosa que o etanol na semana passada. Aliás, esse resultado foi registrado em todas as unidades federativas (UFs).
Na verdade, isso vem acontecendo desde novembro do ano passado. Por isso, quem gosta de abastecer o veículo com etanol precisa deixá-lo de lado, pelo menos por enquanto, caso queira um custo-benefício melhor.
Em síntese, o valor do etanol deve ser igual ou inferior a 70% do preço da gasolina para que o seu custo-benefício seja maior que o do seu concorrente nas bombas. Caso o resultado da equação supere essa marca, os motoristas devem optar pela gasolina, pois ela oferecerá um rendimento melhor ao veículo.
Na semana passada, assim como vem ocorrendo há dois meses, todas as UFs tiveram taxas superiores a 70%. Isso quer dizer que a gasolina foi mais vantajosa que o etanol em todo o país.
Veja abaixo os menores percentuais entre as UFs do país.
Mato Grosso: 70,7%
Goiás: 75,7%
São Paulo: 76,7%
Amazonas: 77,6%
Minas Gerais: 78,7%
Paraíba: 78,9%
Alagoas: 80,4%
Rio Grande do Norte: 80,5%
Mato Grosso do Sul: 81,2%
Bahia: 81,3%
Piauí: 81,4%
Sergipe: 81,5%
Embora essas tenham sido as menores taxas registradas entre as UFs, todas ficaram acima de 70%. Em outras palavras, a gasolina teve um custo-benefício superior ao do etanol em todo o país por mais uma semana.
Entre todas as 27 UFs, apenas o Amapá comercializou o etanol a um preço mais elevado que o da gasolina. Enquanto o biocombustível teve um valor médio de R$ 5,32 na semana passada, a gasolina foi vendida a R$ 4,60. Aliás, o Amapá foi o estado com o etanol mais caro do país e a gasolina mais barata entre todas as UFs.
Faça o cálculo e escolha o mais vantajoso
De acordo com especialistas, os motoristas do país precisam realizar um cálculo para saber se a gasolina é mais vantajosa que o etanol, e vice-versa. Em suma, a conhecida relação dos 70% deve sempre ser levada em consideração antes de optar por algum destes combustíveis.
Segundo Márcio D’Agosto, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “um litro de etanol equivale a cerca de 70% do litro da gasolina em termos de conteúdo energético”. Isso quer dizer que o preço do etanol deve ser igual ou menor que 70% do preço da gasolina. Assim, o custo-benefício do etanol ficará mais atrativo que o da gasolina.
É importante que todos os motoristas analisem os valores dos combustíveis nos postos antes de abastecer. Até porque o preço máximo da gasolina encontrado pela ANP nos postos do país chegou a R$ 6,99 na semana passada, enquanto o valor mais alto do etanol foi de R$ 6,57. Isso mostra que, em alguns locais, as taxas podem ser ainda piores para o biocombustível.
Seja como for, o mais importante é buscar alternativas para os altos preços. Caso ambos os combustíveis estejam custando mais do que o motorista pode pagar, a opção é deixar o veículo em casa e utilizar o transporte público.
A Lotofácil continua fazendo a alegria de apostadores em diferentes partes do Brasil. Quem deve atrair os holofotes neste sábado é a Mega-Sena, mas comecemos pelo princípio.
Quatro apostas cravaram as 15 dezenas válidas pelo concurso 2725 da Lotofácil, sorteadas na noite de sexta-feira (27).
Cada um dos bilhetes premiados dará direito a prêmio de R$ 377,7 mil.
Os números sorteados foram: 01-02-04-05-07-08-09-10-11-12-14-17-22-23-24.
De onde são os bilhetes premiados da Lotofácil
O prêmio principal do concurso 2725 da Lotofácil foi dividido entre quatro apostadores de três diferentes Estados.
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Os bilhetes premiados foram comprados em casas lotéricas de:
Aparecida de Goiânia (GO);
Ipatinga (MG);
Salvador (BA); e
Sete Lagoas (MG).
No sorteio previsto para a noite de hoje (28), o prêmio oferecido na faixa principal será de R$ 1,5 milhão.
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Quina acumula
Por sua vez, a Quina acumulou.
Nenhum apostador cravou as cinco dezenas do concurso 6062, sorteadas ontem à noite.
As dezenas válidas foram: 24-29-40-68-76.
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Já na faixa de quatro acertos, 22 apostas darão direito a prêmio individual de R$ 12,78 mil.
Com isso, a estimativa de prêmio para o próximo concurso, cujo sorteio também será neste sábado, é de R$ 1,4 milhão, de acordo com a Caixa.
Mega-Sena segue acumulada em 2023
Enquanto isso, a Mega-Sena segue acumulada em 2023, mas pode ser que saia hoje.
Depois de ter pagado mais de R$ 100 milhões a cada um dos cinco bilhetes premiados da Mega da Virada, a principal loteria da Caixa não saiu mais e o prêmio acumulado foi a R$ 75 milhões.
O próximo sorteio da Mega-Sena está previsto para a noite deste sábado (28).
Americanas é um dos principais varejistas do país — Foto: Reuters
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia responsável pela regulação do mercado de capitais no Brasil, anunciou nesta sexta-feira (27) a abertura de dois inquéritos sobre o caso Americanas.
O objetivo é investigar possível uso de informação privilegiada e indícios de fraudes contábeis de R$ 20 bilhões. Os inquéritos foram instaurados a partir de processos já abertos pela autarquia, e serão conduzidos pela Superintendência de Processos Sancionadores (SPS).
Após análise e eventuais acusações de responsáveis pela superintendência, os casos devem ser julgados pelo colegiado da CVM.
No dia 19 de janeiro, a autarquia havia ampliado de cinco para sete o número de processos para apuração do caso da varejista. Na ocasião, a CVM também anunciou uma força-tarefa composta por diversas superintendências, entre elas a de Relações com Empresas (SEP) e a de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI).
eventuais irregularidades na divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados;
eventuais irregularidades nas negociações com ativos de emissão da companhia;
denúncias recebidas pelos canais de atendimento da CVM;
a conduta da companhia, acionistas de referência e administradores;
a atuação de intermediários no processo de ofertas públicas envolvendo ativos da companhia;
a atuação das agências de classificação de risco de crédito em relação à Americanas.
"Após a investigação e apuração de fatos e eventos, caso venham a ser formalmente caracterizados ilícitos e/ou infrações, cada um dos responsáveis poderá ser devidamente responsabilizado com o rigor da lei e na extensão que lhe for aplicável", informou, em nota, a CVM.
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A autarquia também afirmou que tem o apoio da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), além de estar "em constante diálogo com a Advocacia-Geral da União, notadamente a PRF2, a fim de coordenar eventual atuação conjunta em juízo".
Entenda o caso
O escândalo contábil da Americanas começou na semana passada, quando a empresa informou que havia descoberto "inconsistências em lançamentos contábeis" no valor de R$ 20 bilhões.
Com isso, o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar a companhia, menos de dez dias após serem empossados.
Desde então, a companhia viu as ações derreterem na bolsa de valores brasileira, perdendo mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias. Veja a cronologia dos fatos.
Após oito anos no vermelho, as contas do governo federal registraram superávit primário de R$ 54,1 bilhões em 2022, informou nesta quarta-feira (27) a Secretaria do Tesouro Nacional.
Isso quer dizer que as receitas do governo superaram as despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Quando ocorre o contrário, o resultado é déficit primário.
O superávit registrado em 2022 interrompe um período de oito anos em que as contas ficaram no vermelho. De 2014 a 2021, o país registrou sucessivos déficits.
Em valores corrigidos pela inflação, o saldo positivo do último ano somou R$ 57,9 bilhões. Em 2021, o rombo nas contas do governo central foi de R$ 40,2 bilhões, em valores também corrigidos.
Contas do Governo Federal
Em R$ bilhões, valores corrigidos pela inflação até dezembro
Fonte: Tesouro Nacional
Contudo, a melhora no resultado das contas públicas é pontual. Em 2023, o orçamento sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê um rombo de R$ 231,5 bilhões.
Acima das expectativas
Além de positivo, o resultado das contas do governo central em 2022 ficou acima da expectativa. O extinto Ministério da Economia estimava que as contas do governo devem registrar um superávit primário de R$ 36,9 bilhões.
Segundo o secretário do Tesouro Nacional da nova equipe econômica, Rogério Ceron, um fator que ajuda a explicar o resultado positivo de 2022 foi o teto estabelecido para o pagamento de precatórios, ou seja, dívidas da União reconhecidas pela Justiça.
Esse teto foi criado a pedido do ex-ministro Guedes, que classificou a conta como um "meteoro", que não poderia ser integralmente paga a cada ano.
Além disso, de acordo com Ceron, o represamento nas despesas de Restos a Pagar dos ministérios, ou seja, de gastos contratados mas ainda não pagos, também contribuiu para elevar o superávit das contas do governo em 2022.
Promessa de Guedes
O registro de um superávit primário após anos de sucessivos déficits era uma meta do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Porém, Guedes prometeu que iria zerar o déficit no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019, o que não foi possível.
Depois, em 2020 e 2021, as contas públicas foram afetadas pelas despesas relacionadas à Covid.
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Questionado se o superávit de 2022 foi "artificial", Rogério Ceron, do Tesouro Nacional, preferiu não responder. "Acho o termo artificial não é completamente técnico, prefiro não responder entre sim ou não", declarou.
Ele reiterou, porém, que a contenção no pagamento de precatórios e de restos a pagar inflou o resultado positivo do ano passado.
"Em quatro anos [do governo Bolsonaro], mais de 10% do PIB [de aumento do rombo fiscal] é histórico, não há precedente na história em mais de 30 anos. Tem a razão na pandemia, efeito importante, mas temos um acumulado de mais de 10% de déficit primário", declarou.
Arrecadação recorde
Em valores corrigidos pela inflação, totalizou R$ 2,25 trilhões, o que representa alta real de 8,18% na comparação com o ano de 2021 (R$ 2,08 trilhões).
A arrecadação recorde se deveu ao aumento da inflação, da taxa de juros e ao crescimento da economia, e aconteceu apesar da redução de tributos, como o IPI e a PIS/Cofins dos combustíveis.
A receita líquida do governo, ou seja, após as transferências aos estados e municípios, teve elevação real de 7,7% no ano passado, para R$ 1,85 trilhão, segundo o Tesouro Nacional.
Já a despesa total avançou menos, 2,1% em termos reais, para R$ 1,8 trilhão em 2022.
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Pelo lado da despesa, Ceron afirmou que, ainda com a regra do teto de gastos em vigor (que limita as despesas à variação da inflação), o crescimento dos gastos obrigatórios foi compensado pela queda nas despesas livres, que incluem investimento e custeio da máquina pública.
Dividendos e concessões
A melhora nas contas do governo é explicada, entre outro motivos, pelo aumento da receita com dividendos e concessões.
Em 2022, o governo recebeu R$ 87,9 bilhões em dividendos e participações das suas empresas, alta de 85,1% em relação ao ano anterior.
Já a receita com concessões e permissões subiu 343%, atingindo R$ 47,5 bilhões em 2022.
Foram as duas maiores altas percentuais pelo lado da receita. Os valores de 2021 são atualizados pela inflação.
Os brasileiros que fizeram uso do rotativo do cartão de crédito em 2022 viram a taxa média de juros da modalidade disparar 61,9 pontos percentuais e fechar dezembro em 409,3% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2017 (428% ao ano).
Com a evolução da taxa média de juros do cartão, um consumidor que cair no rotativo com uma dívida no valor de R$ 1.000 terá que desembolsar R$ 4.093 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano.
Os dados das estatísticas monetárias e de crédito divulgados nesta sexta-feira (27) mostram ainda a variação de 4 pontos percentuais das taxas cobradas no cheque especial ao longo de 2022, para 131,9% ao ano.
O rotativo do cartão e o cheque especial são as modalidades de crédito mais acessadas em momentos de dificuldade e, consequentemente, têm as linhas de crédito mais caras do mercado.
No mês de dezembro, as modalidades seguiram caminhos opostos. Enquanto os juros do cheque especial recuaram 1,6 ponto percentual, de 133,5% para 131,9% ao ano, a taxa média cobrada pelo rotativo do cartão avançou 13,9 pontos percentuais, de 395,4% para 409,3% ao ano.
Para driblar as taxas exorbitantes, o consumidor pode aderir ao empréstimo consignado, modalidade que oferece desconto direto na folha de pagamento. Em 2022, a taxa da linha de crédito avançou 5,1 pontos percentuais e fechou dezembro em 26,5% ao ano.
Dentro do consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos servidores públicos (24,5% ao ano). Para os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 27,1% ao ano e 39,2% ao ano.
A guerra judicial entre a Americanas e os credores torna-se cada dia mais intensa. Ontem, o Bradesco obteve uma decisão da Justiça que autoriza uma devassa na empresa, por meio da apreensão de e-mails de executivos e funcionários graduados nos últimos 10 anos. Maior credor da companhia, com R$ 4,8 bilhões a receber, o Bradesco procura garantir a produção de provas relacionadas ao rombo contábil de R$ 20 bilhões da rede varejista, que está em regime de recuperação judicial. Dependendo da evolução do caso, os sócios majoritários da Americanas — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — poderão ser responsabilizados diretamente, com seus bens pessoais, pelas irregularidades.
Em Brasília, oito entidades sindicais protocolaram ação civil pública perante a 8ª Vara do Trabalho para garantir os direitos dos mais de 44 mil empregados da varejista no país. Assinam o documento Central Única dos Trabalhadores (CUT); União Geral dos Trabalhadores (UGT); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Força Sindical (FS); Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB); Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST); Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT); e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo pediu ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que convoque, em caráter de urgência, a Americanas para uma audiência de mediação de conflito coletivo a fim de debater a situação dos trabalhadores.
O sindicato afirma que a audiência é para tentar resolver, "a princípio, de forma amistosa", a situação de insegurança que se abateu sobre os funcionários da empresa. O sindicato paulista representa 500 mil trabalhadores na capital e 2,5 milhões no estado.
No início da semana, a Americanas apresentou à Justiça uma relação de dívida no valor de R$ 41,2 bilhões, e segue em risco iminente de falência. Com isso, dizem os sindicatos, há ameaças de que ela descumpra direitos trabalhistas. Da mesma forma que a iniciativa do Bradesco, a ação das centrais pleteia que o patrimônio pessoal dos acionistas majoritários — Lemann, Sicupira e Telles — possa ser executado independentemente do processamento da recuperação judicial da empresa.
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Arbitragem
Ainda ontem, um grupo de 30 investidores estrangeiros acionou uma câmara de arbitragem brasileira com o objetivo de pedir indenizações à varejista.
Esse é o segundo pedido feito a uma câmara de arbitragem. O primeiro foi movido pelo Instituto Ibero-Americano Empresa, que, em nome de acionistas minoritários da Americanas, foi à Câmara da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a CAM, para pedir R$ 500 milhões de indenização. A alegação é de que investidores teriam sido induzidos ao erro ao comprar ações que caíram de preço após a revelação do rombo no balanço.
Por sua vez, a varejista emitiu comunicado à B3 e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) argumentando que as ações vêm sendo alvo de especulações sobre as quais não tem qualquer controle. Entre 12 de janeiro, quando foi revelada existência de "inconsistências contábeis", que culminou com o pedido de recuperação judicial, até último dia 25, os papéis acumularam queda de mais de 92%. Hoje, valem pouco mais que R$ 1.
Além da dívida já anunciada, o mercado estima que a Americanas possua exigibilidades de R$ 5 bilhões em debêntures e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu a favor do Bradesco em ação em que a defesa do banco pedia a produção antecipada de provas relacionadas ao rombo contábil da Americanas. A Justiça paulista determinou, em decisão expedida na tarde desta quinta-feira, 26, a busca e a apreensão de e-mails de executivos e funcionários da companhia, em caráter de urgência.
Ajuizada pela Warde Advogados em nome do Bradesco, o objetivo da ação é identificar os culpados pelo desaparecimento do dinheiro da varejista e ressarcir ao menos parte dos valores devidos. O Bradesco é o maior credor da Americanas em volume de créditos, com cerca de R$ 4,8 bilhões a receber da empresa.
O TJ determinou a cópia de todas as caixas de e-mail institucionais de diretores atuais e anteriores da Americanas, que tenham ocupado os cargos nos últimos dez anos; de membros do conselho de administração e do comitê de auditoria da empresa, o que inclui também os que ocuparam tais postos na última década; e da mesma forma, de ex e atuais funcionários da área de contabilidade da varejista.
Entre os alvos estão o acionista Carlos Alberto Sicupira, Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Paulo Lemann no conselho, e o ex-CEO Miguel Gutierrez. Se for constatado que houve envolvimento dos sócios do 3G Capital no sumiço do dinheiro na Americanas, os bancos podem acioná-los judicialmente, sem precisar aguardar pelo plano de recuperação judicial da varejista.
Dado o grande volume de informações a ser analisado, o tempo de estudo dos materiais é incerto e encontrar evidências pode levar alguns dias ou várias semanas. Porém, é possível ter acesso até mesmo a registros que tenham sido apagados pela empresa, o que pode indicar o que tentou ser ocultado.
“Esta decisão servirá como mandado-ofício. Expeça-se a precatória para cumprimento do ato, COM URGÊNCIA, providenciando o autor o seu encaminhamento”, afirma a decisão, que intima ainda um prazo de cinco dias para a resposta ou a contestação por parte da companhia.
A defesa do Bradesco pediu a produção antecipada por entender que as provas poderiam se perder. De acordo com os advogados do banco, é por meio das provas e de uma perícia forense que se pode determinar os responsáveis pelo que qualifica como fraude contábil.
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Na quarta, o TJ-SP tomou decisão parecida em favor do Itaú, negando, entretanto, a realização de depoimentos com acionistas e ex-executivos da Americanas. Em ambos os casos, os advogados dos bancos argumentaram que a Justiça de São Paulo é o foro adequado para as ações porque os contratos firmados com a Americanas assim determinam. A recuperação judicial da varejista corre no Rio de Janeiro.
Procurada, a Americanas informou que aguarda ser notificada para tomar as medidas cabíveis.
BRASÍLIA – O Banco Central informou nesta quinta-feira, 26, que foi necessária uma “revisão extraordinária” das estatísticas do mercado de câmbio devido a um erro do BC na apuração desses dados desde outubro de 2021.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, esse problema se concentrou nos dados referentes às importações. Com isso, o fluxo cambial total de 2022 passou de entrada de US$ 9,574 bilhões para saída de US$ 3,233 bilhões – um erro de mais de US$ 1 bilhão por mês.
“Pedimos desculpas por essa falha na compilação das estatísticas. Identificamos esse erro, levantamos as causas, revimos os procedimentos e agora fizemos essa revisão”, afirmou. “Para 2021, erro foi menor, concentrado nos últimos três meses, mas em 2022 atingiu todo o ano”, disse.
Segundo Rocha, o erro em 2021 no fluxo cambial fez o total de importações passar de US$ 215,4 bilhões para US$ 217,2 bilhões. Para 2022, a revisão no fluxo de importações foi de US$ 238,1 bilhões para US$ 250,9 bilhões. “Praticamente US$ 1 bilhão por mês”, destacou.
Rocha informou ainda que a divulgação do fluxo passará por mudanças relacionadas à mudança na lei cambial. “As operações abaixo de US$ 50 mil poderão ser informadas a BC em até cinco dias úteis após fim do mês. Essas operações representam cerca de 3% do total”, apontou. “Com isso, a divulgação final de dados mensais ocorrerá na terceira semana do mês subsequente”, informou.
As contas externas brasileiras registraram, em 2022, um déficit de US$ 55,7 bilhões, o pior resultado para os últimos sete anos – quando as contras tiveram um rombo de US$ 58,9 bilhões. Os dados, apresentados pelo Banco Central nesta quinta-feira (26), são mais pessimistas do que os esperados pelo próprio BC, que esperava US$ 47 bilhões.
O saldo foi acentuado no mês de dezembro, quando o déficit ficou em US$ 10,9 bilhões. A piora nos índices de conta de serviços e a conta de renda, que movimentaram a balança das contas externas nos últimos anos, acabaram por motivar a pior nas contas externas – que somam transações entre países, remessas para dentro e fora da economia nacional e compras realizadas fora do Brasil.
No entanto, os dados positivos apontam uma recuperação do investimento externo no Brasil. Após uma queda na pandemia, em 2022 o Investimento Direto no País (IDP) totalizou US$ 90,6 bilhões, o maior desde 2012, quando US$ 92,6 bilhões foram investidos. Cerca de um quarto desse valor é de investimentos de matrizes nas suas sedes brasileiras (as chamadas “operações intercompanhia”).
Homem faz compras em um supermercado de Nova York, em imagem de 27 de julho de 2022. — Foto: Andres Kudacki/AP Photo
A estimativa do PIB divulgada nesta quinta é baseada em dados ainda incompletos ou sujeitos a revisão posterior pela agência de estatísticas. A segunda estimativa, baseada em dados mais completos, será divulgada em 23 de fevereiro.
O aumento no quarto trimestre refletiu principalmente avanços nos investimentos, nos gastos do consumidor e do governo - os gastos dos consumidores representam mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos.
Com isso, o país teve a segunda alta trimestral seguida, após a sequência de duas quedas trimestrais consecutivas, o que havia levantado preocupações de que a economia estaria numa recessão. No segundo trimestre, a economia dos EUA contraiu 0,6%.
Esse pode marcar o último trimestre de crescimento sólido antes dos efeitos defasados do ciclo mais rápido de aperto da política monetária do Federal Reserve (BC dos EUA) desde os anos 1980. A maioria dos economistas espera uma recessão até o segundo semestre do ano, embora suave em comparação com as recessões anteriores, aponta a Reuters.
Já no ano de 2022, o PIB cresceu 2,1%, ante alta de 5,9% em 2021. Esse avanço refletiu principalmente a alta nos gastos do consumidor, nas exportações e nos investimentos.
No quarto trimestre, o PIB em dólares correntes aumentou 6,5% a uma taxa anual, ou US$ 408,6 bilhões, para o total de US$ 26,13 trilhões. No terceiro trimestre, o PIB aumentou 7,7%, ou US$ 475,4 bilhões.
No ano passado, o PIB em dólares correntes aumentou 9,2%, ou US$ 2,15 trilhões, para o total de US$ 25,46 trilhões, em comparação com o aumento de 10,7%, ou US$ 2,25 trilhões, em 2021.
Desaceleração
Em comparação com o terceiro trimestre, o crescimento menor do PIB no quarto trimestre refletiu principalmente uma desaceleração nas exportações e no investimento fixo não residencial, nos gastos dos governos estaduais e locais e nos gastos do consumidor.
Esses movimentos foram parcialmente compensados pelo aumento dos investimentos privados em estoques, pela aceleração dos gastos do governo federal e por uma menor queda nos investimentos fixos residenciais. As importações diminuíram menos no quarto trimestre do que no terceiro trimestre.
No ano, o destaque ficou com o aumento dos gastos do consumidor, trazido pela procura por serviços, principalmente por viagens internacionais, serviços de alimentação e alojamento e cuidados com saúde.
O aumento nos investimentos refletiu principalmente a alta nas indústrias de manufatura, comércio atacadista e varejo. Entre as quedas, destaque para o investimento fixo residencial e gastos do governo federal.
Em meio a esses dados, investidores continuam atentos aos próximos movimentos do Federal Reserve (BC dos EUA) em relação à taxa de juros.
Para Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, apesar dos números ainda bons, vários outros indicadores de atividade sugerem que a economia está em forte desaceleração.
Para ele, o esfriamento da economia americana reflete o aperto na política monetária que começou a ser implementado pelo Fed no ano passado para conter a inflação.
Salles explica que, num contexto de economia forte e um mercado de trabalho aquecido, os preços dispararam, levando o Fed a elevar as taxas de juros para desacelerar a atividade. A inflação em 12 meses acumula uma alta de 5,5% em novembro, bem acima da meta de 2%.
"Apesar dos sinais da desaceleração da economia, acreditamos que o mercado de trabalho seguirá aquecido nos próximos meses, pressionando a inflação. Por conta desse cenário, o Fed deverá seguir com novos aumentos de juros no curto prazo", diz Salles.
A previsão dele é que a taxa de juros alcance um pico neste ano, ficando no intervalo entre 5% e 5,25%, com provável aumento de 0,25 ponto percentual na reunião de fevereiro. "Não esperamos cortes de juros antes de 2024", diz.