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Wednesday, July 26, 2023

Agência Fitch eleva nota de crédito do Brasil de BB- para BB - G1

Fitch rebaixou nota do Brasil para o último patamar dentro do grau de investimento — Foto: Reuters

Fitch rebaixou nota do Brasil para o último patamar dentro do grau de investimento — Foto: Reuters

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. O país havia sido rebaixado para o patamar BB- em 2018, em meio à crise nas contas públicas e pela não aprovação, na época, da reforma da Previdência no governo de Michel Temer.

"A atualização do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso e a expectativa da Fitch de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais", diz o comunicado da Fitch.

A nova classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. (saiba mais sobre as notas de crédito abaixo)

A agência, contudo, indica que o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais desde seu último rebaixamento. O relatório pondera ainda que, apesar de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defender "um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores", a agência espera que desvios sejam contidos pelo "pragmatismo e pelos freios e contrapesos institucionais".

A posição fiscal está se deteriorando em 2023 após uma melhora anterior, mas a Fitch espera que novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma consolidação gradual. A Fitch ainda projeta que a dívida/PIB aumente, mas em um ritmo mais lento e a partir de um ponto de partida muito melhor do que o previsto anteriormente.
— Fitch Ratings

Em nota, o Ministério da Fazenda reiterou seu "compromisso com a agenda de reformas em curso" e diz que contribuirá "não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços".

"Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país", diz a pasta.

Pontos positivos e negativos

A agência Fitch lista ainda alguns dos motivos que beneficiam e prejudicam a nota de crédito do Brasil. Segundo a agência, além dos próprios avanços de controle fiscal nos últimos anos, os ratings do Brasil são sustentados por:

  • uma economia grande e diversificada;
  • alta renda per capita;
  • um grande mercado doméstico;
  • um grande colchão de caixa que sustenta a flexibilidade de financiamento soberano;
  • sua alta parcela da dívida em moeda local;
  • capacidade de absorção de choques, sustentada por uma taxa de câmbio flexível;
  • reservas internacionais robustas;
  • uma posição soberana líquida de credores externos.

Por outro lado, a Fitch indica que os ratings do país são limitados especialmente pela:

  • alta dívida do governo,
  • rigidez fiscal,
  • fraco potencial de crescimento econômico
  • pontuações de governança relativamente baixas.

Como funcionam as notas de crédito?

As agências têm uma longa escala de classificação, com mais 20 notas. Em resumo, são dois terrenos e uma muralha: quem está a partir de um determinado nível tem o carimbo de grau de investimento. Quanto mais longe do muro, mais eficiente, confiável, robusta é a economia e menor o seu risco.

O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de risco que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.

E o inverso é verdadeiro: quando o país perde o status de grau de investimento, é comum que perca possibilidades de investimento. Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estão classificados com grau de investimento por agências internacionais.

Segundo analistas de mercado, historicamente, países costumam levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o selo de país bom pagador.

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