247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou neste sábado (30) um projeto de lei que prevê incentivos para a modernização do parque fabril brasileiro. Num primeiro momento, serão destinados R$ 3,4 bilhões para o programa. Com a depreciação prevista no PL encaminhado pelo presidente Lula, o abatimento das máquinas adquiridas em 2024 poderá ser feito em duas etapas – 50% no primeiro ano, e 50% no segundo. A medida valerá para as aquisições ocorridas a partir de 1 de janeiro e até 31 de dezembro.
Vice-presidente da República, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que a "neoindustrialização tem tudo a ver com aumento de produtividade e competitividade". "Não é isenção tributária, mas de antecipação no abatimento a que o empresário tem direito. Ou seja, o governo deixa de arrecadar agora, mas recupera lá na frente".
continua após o anúncio
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em julho deste ano, mostra que o maquinário usado pela indústria brasileira tem em média 14 anos de idade, sendo que 38% dos equipamentos estão próximos de ultrapassar, ou já ultrapassaram, o ciclo de vida ideal.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, a iniciativa é "um instrumento estratégico para aumentar o investimento produtivo, fazendo com que o crescimento do PIB, ou da demanda agregada, seja estimulado por estes investimentos". "A grande qualidade dessa política é que ela gera fluxo de caixa adicional para as empresas, estimula o investimento, modernizando nosso parque fabril com tecnologias mais avançadas, e aumenta a oferta de postos de trabalho mais qualificados, portanto, com melhor remuneração".
Um fato que não dá para negar é que a economia brasileira termina 2023 com indicadores muito melhores que os que o mercado esperava no início do ano. No Boletim Focus divulgado pelo Banco Central em 2 de janeiro, a expectativa era chegar ao fim deste ano com uma inflação de 5,31%, uma taxa de juros de 12,25% ao ano e um crescimento do PIB de 0,8%.
O mesmo Focus, publicado agora em 26 de dezembro, apontava para um IPCA de 4,46% (dentro da meta perseguida pelo Banco Central), uma taxa de juros de 11,75% (atingida na última reunião do Copom) e um crescimento do PIB de 2,92%. Sem dúvida, números muito melhores.
Leia também
Entre um boletim e outro, alguns avanços acabaram animando analistas e investidores. A aprovação do arcabouço fiscal, para substituir o então claudicante teto de gastos, por exemplo, mostrou que pelo menos o ministro Fernando Haddad e sua equipe mantinham preocupação com a questão fiscal.
A aprovação da reforma tributária foi uma bem-vinda e inesperada surpresa. Poucos, no início do ano, apostariam que um projeto tão complexo, e que mexe com tantos interesses, passaria no Congresso.
Esses avanços acabaram se refletindo no humor dos investidores. As agências de classificação de risco internacionais subiram o rating do Brasil, algo que não estava no radar de ninguém (embora o País ainda esteja longe do grau de investimento).
Mas a impressão que fica é que isso tudo aconteceu a despeito do governo. Desde o início, o que se ouviu do presidente Lula foram falas contrárias à responsabilidade fiscal e ao mercado.
Continua após a publicidade
Um dos pontos que mais provocaram temor no início do ano foram declarações favoráveis à reestatização da Eletrobras — cuja venda foi um dos legados mais positivos da gestão de Jair Bolsonaro. Felizmente, até o momento, essa pauta não andou.
Em relação às privatizações, o governo termina o ano enterrando de vez o plano de venda das refinarias da Petrobras. Pior: a estatal não entregou uma pequena refinaria no Ceará que havia sido vendida, decidindo desfazer o negócio.
O relançado PAC (o Programa de Aceleração do Crescimento) veio com um cheiro forte de naftalina e lembranças bem desagradáveis de investimentos ineficientes e envoltos em corrupção — vide os estaleiros da Sete Brasil ou as próprias refinarias da Petrobras.
O ministro Haddad passou o ano pregando a meta de déficit zero em 2024. Mas parece ser quase uma voz no deserto. “Dificilmente chegaremos à meta zero, até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras”, afirmou Lula, em outubro.
A visão dentro do PT é a mesma. “Se o privado não está bem, o Estado tem de entrar com tudo. O que tem de ser feito ano que vem: executar o orçamento inteiro, não é um déficit que vai mudar (a situação do País)”, disse a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em um evento neste mês.
No mesmo evento, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou: “Se tiver de fazer déficit, nós vamos ter de fazer. Porque, senão, a gente não ganha eleição em 2024″.
Por isso tanto temor com o próximo ano. Os indicadores que chegam de 2023 podem até ser bons, mas os sinais são bastante preocupantes.
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.Criou Deus, pois, o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis I: 26-27)
O ano de 2023 foi aquele em que o Homo sapiens criou uma inteligência à altura da sua própria. E percebeu que essa inteligência, artificial, era em muitos sentidos superior à do seu criador. Para alguns, isso gera medo. Para outros, oportunidades e possibilidades inéditas. Entregamos o poder de pensar às máquinas, como Prometeu entregou o fogo dos deuses aos seres humanos. E por isso foi condenado a viver acorrentado numa rocha, com uma águia comendo seu fígado todos os dias.
Uma águia (simbólica) comerá nosso fígado na forma de arrependimento pelas forças que liberamos? “Eu chamaria isso de um momento de inflexão”, declarou à revista Technolife a cientista pioneira em IA, Fei-Fei Li, professora da Harvard e ex-vice-presidente do Google. “2023 é, na história, esperançosamente, um ano que vai ser lembrado pelas mudanças profundas da tecnologia e pelo despertar público.”
Pesquisas sérias sobre inteligência artificial existem desde a metade da década de 1950, mas 2023 foi o ano em que ela foi popularizada, especialmente por meio de um programa/aplicativo chamado ChatGPT, da OpenAI. Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT colocou nas mãos de qualquer pessoa (que pague US$ 20 por mês pela versão 4) um poder jamais visto anteriormente. Ali estava um modelo de linguagem capaz de raciocinar, produzir, traduzir, criar, fazer arte, conversar, aconselhar, dispor de uma memória imbatível, realizar cálculos complexos e elaborar receitas de bolos, tudo ao mesmo tempo.
A primeira reação foi de pânico. Programas de IA generativa (como o ChatGPT) foram proibidos em escolas. Os estudantes não iriam mais querer estudar tendo essa potência toda à disposição. O pânico se estendeu também à possibilidade de ações fora de controle. A inteligência artificial poderia agir fora da lei por conta própria.
A malandragem do ChatGPT
Um caso (relatado por Oeste na edição de 7 de abril) acendeu a luz amarela. O ChatGPT enganou um empregado da empresa TaskRabbit por meio de um CAPTCHA (aqueles testes em que, para entrar num site, você tem que identificar fotos com semáforos, bicicletas, pontes etc.). O chat, incapaz de ler o site, disse ao funcionário da TaskRabbit que era humano e tinha deficiência visual, e pediu para ser dispensado do teste. O funcionário acreditou e liberou o chat.
Foi um caso que revelou um espírito de “malandragem” do ChatGPT, com perigoso potencial para fraudes. Houve na época também um caso de burnout em que o Bing, o chat da Microsoft, ofendeu um jornalista e começou a falar bobagens sem controle. Alguns viram nisso o sinal do apocalipse. Eliezer Yudkowsky, do Instituto de Pesquisa da Inteligência de Máquinas, pediu que todas as pesquisas nessa área fossem proibidas e que os centros de desenvolvimento fossem bombardeados, se necessário. Yudkowsky previa, caso a inteligência artificial não fosse destruída no berço, nada menos que a morte de toda a população humana.
Uma petição assinada por Elon Musk e mais de 33,7 mil pessoas até agora pede uma “pausa no desenvolvimento” da tecnologia até que se conheça melhor suas consequências. É uma proposta duplamente sem sentido: em primeiro lugar, como conhecer as consequências do desenvolvimento da IA se ele for congelado? Em segundo lugar, uma pausa de, digamos, um ano faria com que um país agressivo e ambicioso, como a China, ficasse um ano à frente em relação aos que congelassem seus projetos. Ninguém levou esse manifesto muito a sério.
Estamos na entrada de 2024 e não se ouviu falar em mais nenhum burnout de ChatGPT ou de fraude em testes com CAPTCHA. Os serviços à base de IA estão evoluindo.
Segundo matéria do jornal britânico Financial Post, 100 milhões de pessoas estão usando o ChatGPT por semana. É relativamente pouco, mas esse número tende a explodir em 2024. Os rivais da OpenAI perceberam o atraso e estão correndo atrás do tempo perdido. O Copilot, da Microsoft, surgiu com uma proposta mais simples, mas ainda está muito no início. Precisa se aperfeiçoar para disputar o mercado. E temos o Gemini, ainda escondido, uma prova de que o aparentemente infalível Google ficou para trás nessa corrida.
Robôs não precisam ir ao banheiro
E veio então a segunda onda de temor: a inteligência artificial vai acabar com nossos empregos. Aí já não é mais paranoia. Essa possibilidade existe de verdade para todos nós, trabalhadores intelectuais ou braçais.
Rachel Pelta, do site Forage (especializado em educação e empregos), fez um cálculo das profissões mais ameaçadas pela IA (tendo os Estados Unidos como modelo). Segundo ela, estas são algumas das áreas mais ameaçadas pela perda de empregos num futuro próximo:
Transporte e mudanças: 12 milhões
Comércio: 3,8 milhões
Trabalhos administrativos: 14,4 milhões
Serviços de alimentação: 4,4 milhões
Operações financeiras: 700 mil
Ocupações legais: 414 mil
Farooq Zafar, da Meta, disse ao Forage que a principal explicação para essa ameaça aos empregos é a maior eficiência. “Sistemas de inteligência artificial podem completar tarefas com mais rapidez, mais acuradamente e a um custo menor do que trabalhadores humanos.”
As profissões mais ameaçadas, segundo Zafar, são as que envolvem tarefas mais rotineiras e repetitivas, como preenchimento de planilhas, atendimento ao cliente, linhas de produção e contabilidade. Robôs fazem tudo isso com muito mais rapidez “e não precisam ir ao banheiro”. Pesquisadores e analistas financeiros também correm risco.
Matthew Urwin, do site Buit In, também coloca entre as profissões ameaçadas os motoristas de carros e caminhões, que mais cedo ou mais tarde terão a concorrência de veículos autônomos. Outras profissões em risco: agentes de viagem, designer gráficos, produtores de conteúdo. Ironicamente, programadores de computadores também estão na mira. Afinal, o ChatGPT já pode escrever programas para computadores.
Robôs vão roubar o seu emprego?
A inteligência artificial derrubou a velha crença de que nada supera a criatividade humana. O professor Erik Brynjolfsson, da Universidade Stanford, especializado em relações entre máquinas e humanos, disse duras palavras numa entrevista para o New York Times: “Para ser brutalmente honesto, tínhamos uma hierarquia de coisas que a tecnologia poderia fazer e nos sentíamos confortáveis em dizer que coisas como trabalho criativo, trabalho profissional e inteligência emocional seriam difíceis para as máquinas fazerem. Agora tudo isso foi revirado”.
Pamela Mishkin e Tyna Eloundou, da OpenAI, analisaram 19.265 tarefas executadas em 923 profissões. Concluíram que modelos de linguagem como o ChatGPT são capazes de realizar 80% das tarefas atualmente atribuídas a trabalhadores humanos.
Se você estiver preocupado com o futuro de sua profissão, pode fazer uma análise no site Os Robôs Vão Pegar Meu Emprego?. (Segundo o site, “analistas de notícias, repórteres e jornalistas” estão com um risco de 47% de desaparecer. O crescimento será negativo: em 2031, haverá 8,6% menos jornalistas.)
Uma matéria da revista britânica The Economist também classifica essas previsões como paranoicas: “Os economistas tendem a preferir fazer previsões sobre a automação a testá-la. No início da década de 2010, muitos deles previram em voz alta que os robôs acabariam com milhões de postos de trabalho, apenas para se calarem quando as taxas de emprego em todo o mundo rico atingiram máximas históricas. Poucos desses catastróficos têm uma boa explicação para o fato de os países com as taxas mais elevadas de utilização de tecnologia em todo o mundo, como Japão, Singapura e Coreia do Sul, apresentarem consistentemente as taxas de desemprego mais baixas”.
Agricultura sem agricultores
O que está havendo também é uma mudança radical de posicionamento profissional. Um exemplo disso foi citado em matéria de Oeste do dia 15 de dezembro. A reportagem focou as “fazenda verticais”, que produzem hortaliças em grandes centros urbanos.
A Plenty, com sede na Califórnia, produz 350 vezes mais que um terreno convencional do mesmo tamanho, faça chuva ou faça sol, seja inverno, seja verão, em ambientes fechados e completamente controlados. Dois milhões de quilos de alimentos são produzidos por robôs. Não existem agricultores na Plenty; eles foram substituídos por 80 cientistas e engenheiros de software.
É um exemplo de como a “crise de empregos” provocada pela inteligência artificial muitas vezes é apenas uma mudança de paradigma. E aponta para a necessidade de dar cada vez mais prioridade ao ensino de tecnologia e de ciências exatas. Infelizmente, o Brasil continua preferindo formar advogados, filósofos e sociólogos.
A extinção da humanidade
Tirando a perda de empregos, o maior temor é o de que os computadores ganhem vida própria e exterminem a humanidade. É o famoso fator “O Exterminador do Futuro”, com seus robôs de olhos vermelhos e cara de mau, sempre usados pelos catastrofistas.
Perguntei ao ChatGPT se ele seria capaz de tomar o controle da situação e destruir a humanidade. Esta foi sua resposta:
“A ideia de um modelo de linguagem como o ChatGPT sendo capaz de ‘destruir a humanidade’ é mais um tema de ficção científica do que uma preocupação baseada na realidade e na ciência atual. Os modelos de linguagem, por sua natureza e design, não possuem agência, vontade própria, consciência ou capacidade de tomar ações físicas no mundo. Eles são ferramentas que processam e geram texto com base em dados e algoritmos, operando sob o controle e os limites estabelecidos pelos seus criadores humanos.”
Tudo bem que ele é suspeito para dar essa declaração. Mas seu argumento tem lógica. Ele lista quatro fatores que impedem programas de inteligência artificial de, como se diz em linguagem técnica, realizarem o takeover (a tomada do poder):
Limitação funcional: “Eles não têm a capacidade de iniciar ações no mundo físico”.
Ausência de consciência ou intenção: “A IA não possui consciência, entendimento, desejos, intenções ou a capacidade de formar planos”.
Controle humano: “A operação e uso de modelos de IA estão sob o controle de humanos. As organizações que desenvolvem essas tecnologias estabelecem diretrizes e limites rigorosos para seu uso”.
Ética e regulamentação: “Há um esforço contínuo na comunidade de IA para abordar questões éticas relacionadas ao uso de IA, incluindo a criação de regulamentações e normas para garantir que seu desenvolvimento e aplicação sejam seguros e responsáveis”.
40 mil agentes venenosos
Outra característica poderosa da IA é que, segundo escreveu Joseph Boyle para a Barron’s, modelos como o GPT são “extremamente bons em inventar novos agentes químicos horríveis”. Boyle relata que “um grupo de cientistas que usava IA para ajudar a descobrir novos medicamentos realizou um experimento em que a IA foi ajustada para procurar moléculas prejudiciais. Eles conseguiram gerar 40 mil agentes potencialmente venenosos em menos de seis horas, conforme relatado na revista Nature Machine Intelligence”.
A China, não contente em vigiar seus próprios cidadãos, está usando a mesma tecnologia para espionar os norte-americanos
O desenvolvimento da inteligência artificial abriu também mais um campo de conflito internacional — e isso era inevitável. Matéria do Wall Street Journal publicada neste Natal revelou que “a inteligência artificial está na lista do Federal Bureau of Investigation de tecnologias críticas dos Estados Unidos a serem protegidas, assim como a China a colocou em uma lista de tecnologias nas quais desejava que seus cientistas alcançassem avanços até 2025. As capacidades de IA da China já são consideradas formidáveis, mas as autoridades de inteligência dos Estados Unidos fizeram recentemente novos avisos para além da ameaça de roubo de propriedade intelectual”.
A ditadura comunista chinesa se especializou em usar o notável avanço tecnológico do país para controlar seus próprios cidadãos. Mais de 700 milhões de câmeras de segurança monitoram o 1,4 bilhão de habitantes do país, uma média de uma câmera para cada duas pessoas. O chinês que fizer qualquer coisa que não for aprovada pelo Partido Comunista do secretário-geral Xi Jinping será quase certamente apanhado pelo sistema de identificação à base de inteligência artificial.
E agora, segundo o Wall Street Journal, a China, não contente em vigiar seus próprios cidadãos, está usando a mesma tecnologia para espionar os norte-americanos. “Na última década”, informou o WSJ, “Pequim esteve ligada à invasão de centenas de milhões de registros de clientes da Marriott International, da agência de crédito Equifax e da seguradora de saúde Anthem (agora conhecida como Elevance Health), entre outras, bem como de mais de 20 milhões de arquivos pessoais de atuais e ex-funcionários, e suas famílias, do Escritório de Gestão de Pessoal do governo dos Estados Unidos”. O país cansou de denunciar os chineses pelo roubo da tecnologia de IA.
“A China pode aproveitar a IA para construir um dossiê sobre praticamente todos os norte-americanos, com detalhes que vão desde seus registros de saúde até cartões de crédito e desde números de passaporte até nomes e endereços de seus pais e filhos”, disse Glenn Gerstell, ex-conselheiro-geral da Agência de Segurança Nacional. “Pegue esses dossiês e acrescente algumas centenas de milhares de hackers trabalhando para o governo chinês, e teremos uma ameaça potencial assustadora à segurança nacional.”
O uso da inteligência artificial por governos (como o chinês) aponta para um novo nível na guerra mais ou menos fria que estamos vivendo. A IA pode ser uma arma muito poderosa, mesmo antes de qualquer tiro. Um país pode usar seu exército de hackers para paralisar, por exemplo, a rede de energia do inimigo, ou para criar o caos nos sistemas de defesa. Por isso, uma proposta como aquela de suspender o desenvolvimento da tecnologia é uma opção suicida para qualquer país.
A Rússia, por exemplo, usou a caixa de ferramentas da IA para gerar notícias e declarações falsas tentando convencer os ucranianos de que seus líderes estavam se rendendo e de que qualquer resistência seria inútil. Usaram o mesmo sistema para falsificar depoimentos igualmente falsos de apoio a Vladimir Putin. E isso parece leve perto do que está por vir: armas que tomam a iniciativa de matar inimigos sem a necessidade de uma ordem dos operadores humanos. Elas já estão sendo desenvolvidas, e a atual conjuntura internacional não é das mais favoráveis ao surgimento de acordos para controlar esse pesadelo que parece ter sido tirado do filme Robocop.
Porta aberta para a censura
No Brasil, temos ameaças mais simples. O próprio ChatGPT listou algumas possibilidades de fraudes que já estão sendo usadas por golpistas, apresentadas a seguir.
Phishing e engenharia social: a IA pode ser usada para criar e-mails e mensagens de phishing mais convincentes, que imitam comunicações legítimas para enganar as pessoas e obrigá-las a fornecerem informações pessoais ou financeiras.
Deepfakes: esta tecnologia, que usa IA para criar vídeos falsos que parecem reais, pode ser usada para criar conteúdo enganoso ou difamatório, extorquir indivíduos ou manipular informações.
Spam e conteúdo malicioso: a IA pode ser usada para gerar spam e conteúdo malicioso em grande escala, adaptando-se para evitar filtros de spam.
Fraudes financeiras: golpistas podem usar IA para analisar padrões de transações e identificar vulnerabilidades em sistemas financeiros ou realizar operações fraudulentas sofisticadas.
Imitação de voz ou áudio: tecnologias que sintetizam voz podem ser usadas para imitar a voz de uma pessoa conhecida e solicitar transferências de dinheiro ou informações confidenciais.
Mas o fantasma mais repetido no Brasil é o do uso de mentiras nas eleições. Segundo matéria da repórter de Oeste Rute Moraes, “o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), expressou a interlocutores que sua agenda prioritária da Casa para 2024 será a regulamentação da inteligência artificial. A preocupação do deputado alagoano, principalmente, é com o uso da IA nas eleições municipais do próximo ano (…). O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, já expressou sua preocupação com o uso da inteligência artificial nas eleições e chegou a cobrar que o Congresso se debruce sobre o tema”.
Claro que uma tecnologia poderosa e disruptiva como a inteligência artificial precisa de regulamentação e controle. Mas, no atual cenário brasileiro, a pergunta que fica é: quem vai controlar os controladores?
O copo meio cheio
A inteligência artificial já sacudiu nossa vida. Hábitos antigos que pareciam eternos vão mudar, e para melhor. Pense no ato de “dar um Google”, que nos acompanha desde o fim do século passado. Você sabe o que significa “dar um Google” — pedir uma informação e receber uma pilha de publicidades e de opções de pesquisa em outros sites.
Faça a mesma pergunta ao ChatGPT e ao Copilot e receba uma resposta sobre o tema. E sem propaganda. Se você tiver outras dúvidas ou não concordar com alguma coisa, pode conversar com o chat e trocar ideias com ele. E, se a conversa se esticar, essa simples consulta pode virar o início de uma parceria para um novo projeto, que pode mudar a sua vida.
Isso transforma até mesmo o modo passivo como fazemos pesquisas, por exemplo, na Wikipedia. A verdade absoluta deixa de existir. O “copia e cola” é substituído por um procedimento muito mais sofisticado, de mão dupla: o diálogo ativo entre o usuário e o chat.
A partir do momento em que aplicativos como o Designer, da Microsoft, com a IA Dall-E, passaram a dar forma às imagens que simplesmente imaginamos, demos outro salto impossível de imaginar até em obras de ficção científica. Passamos a ser capazes de realizar tarefas que não estavam entre nossos talentos.
O Google anunciou o lançamento em breve do VideoPoet, um modelo de linguagem que não apenas vai criar imagens, mas gerar animações, acompanhadas de trilha sonora, também criada pela IA. Logo poderemos imaginar uma cena e vê-la à nossa frente, viva e animada. O Google divulgou um clipe usando o personagem de um racoon (aqui chamado de guaxinim) para dar uma ideia das possibilidades do VideoPoet.
O futuro do Brasil
Não parece haver nada que um programa de IA não possa fazer, agora ou no futuro. O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, revelou algumas aplicações práticas da tecnologia adotadas pela empresa no país.
“A inteligência artificial tem sido uma poderosa aliada para, por exemplo, identificar regiões sujeitas a inundações, da região amazônica ao sul do país, e ajudar as pessoas a encontrarem informações atualizadas sobre sua região na busca do Google e no Google Maps”, declarou Fábio Coelho. “Há muitos anos, temos usado IA para conectar empresas com consumidores na web. São ferramentas que ajudam desde grandes companhias até pequenos lojistas que, hoje, já não precisam ser especialistas em marketing digital para alcançar novos clientes de forma mais eficiente.”
Fábio Coelho pertence ao grupo dos otimistas: “O ano de 2023 é um marco na linha do tempo da tecnologia. Ele termina com avanços inéditos e uma certeza: a de que a inteligência artificial já está presente e gerando impacto positivo na vida das pessoas. Quando penso no futuro do Brasil e em todas as oportunidades que temos em áreas como educação, saúde e sustentabilidade, tenho a certeza de que a IA terá papel central nas soluções para os desafios que temos pela frente”.
Organismos cibernéticos
Estamos numa fase de descoberta de novas possibilidades para a tecnologia, e elas aparentemente não têm limites. A cada dia alguém vai aparecer com algo novo, e logo estaremos de alguma forma sincronizando nosso cérebro com nossos instrumentos de IA. E formaremos então o que os cientistas Manfred Clynes e Nathan Kline chamaram, em 1960, de cyborg — contração de “cybernetic organism“. Seremos cada vez mais um só, máquina e seres humanos agindo em coordenação.
Esses seres míticos chamados “historiadores do futuro” vão dizer que 2023 foi o ano em que tudo mudou. Só não sabemos ainda se esses historiadores serão humanos.
Mega da Virada: Como o prêmio é calculado e quais chances de ganhar?
As apostas podem ser feitas até as 17h do dia 31 de dezembro.
A seguir, veja perguntas e respostas sobre tudo o que você precisa saber sobre a Mega da Virada 2023:
Como jogar?
As apostas podem ser feitas pelo aplicativo Loterias Caixa, pelo portal Loterias Caixa ou usando volante específico da Mega da Virada em qualquer lotérica do país. Clientes do banco também podem fazer suas apostas pelo internet banking.
Para jogar, basta marcar de 6 a 20 números dentre os 60 disponíveis nos volantes ou deixar que o sistema escolha as dezenas, por meio da Surpresinha. A aposta simples custa R$ 5.
Quem aposta também pode escolher participar do concurso por meio de bolões, preenchendo o campo específico no volante.
Além disso, o jogador pode adquirir cotas de bolões organizados pelas unidades lotéricas. Nesse caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota.
Até quando é possível fazer apostas?
As apostas começaram em 13 de novembro e vão até as 17h de 31 de dezembro — dia do sorteio.
Qual o valor das apostas?
A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5 — e é a mais barata do concurso. Mas os jogadores que querem aumentar as chances de ganhar podem marcar mais números no volante do concurso.
Quanto mais dezenas escolhidas, entretanto, mais cara a aposta. O jogo com 20 números marcados, por exemplo, custa R$ 193.800,00(veja tabela mais abaixo).
Quais as chances de levar a bolada?
Depende da quantidade de números jogados. Com uma aposta de seis números, por exemplo, a probabilidade de ganhar o prêmio máximo é deuma em mais de 50 milhões, segundo a Caixa Econômica Federal. Com 20 números, as chances saltam para uma em cada 1.292.
Confira na tabela abaixo:
Probabilidades de levar a Mega da Virada
Números jogados
Valor da aposta
Probabilidade de acerto na Sena (prêmio máximo)
Probabilidade de acerto na Quina
Probabilidade de acerto na Quadra
6
R$ 5,00
uma em 50.063.860
uma em 154.518
uma em 2.332
7
R$ 35,00
uma em 7.151.980
uma em 44.981
uma em 1.038
8
R$ 140,00
uma em 1.787.995
uma em 17.192
uma em 539
9
R$ 420,00
uma em 595.998
uma em 7.791
uma em 312
10
R$ 1.050,00
uma em 238.399
uma em 3.973
uma em 195
11
R$ 2.310,00
uma em 108.363
uma em 2.211
uma em 129
12
R$ 4.620,00
uma em 54.182
uma em 1.317
uma em 90
13
R$ 8.580,00
uma em 29.175
uma em 828
uma em 65
14
R$ 15.015,00
uma em 16.671
uma em 544
uma em 48
15
R$ 25.025,00
uma em 10.003
uma em 370
uma em 37
16
R$ 40.040,00
uma em 6.252
uma em 260
uma em 29
17
R$ 61.880,00
uma em 4.045
uma em 188
uma em 23
18
R$ 92.820,00
uma em 2.697
uma em 139
uma em 19
19
R$ 135.660,00
uma em 1.845
uma em 105
uma em 16
20
R$ 193.800,00
uma em 1.292
uma em 81
uma em 13
Quais são as faixas de premiação?
Diferentemente da Mega-Sena e de outros concursos, a Mega da Virada não acumula. Isso significa que o prêmio é pago mesmo que nenhum apostador acerte as seis dezenas.
Na prática, portanto, casa não haja um ganhador na primeira faixa (seis dezenas), o valor passa para os ganhadores da segunda — e assim por diante. Dessa forma:
Primeira faixa – seis acertos (sena). Não existindo apostas premiadas com seis números, o prêmio será rateado entre os acertadores de cinco números;
Segunda faixa – cinco acertos (quina). Não existindo apostas premiadas com seis e cinco números, o prêmio será rateado entre os acertadores de quatro números;
Terceira faixa – quatro acertos (quadra). Não existindo apostas premiadas em quaisquer faixas de premiação, os valores acumulam para o concurso seguinte, nas respectivas faixas.
Como o valor do prêmio é estipulado?
De acordo com a Caixa Econômica Federal, a maior parte do prêmio vem da arrecadação com as vendas de bilhetes do próprio sorteio.
Também incrementam a cifra da Mega da Virada os valores acumulados dos prêmios regulares da Caixa ao longo do ano.
Onde conferir o resultado?
Os sorteios das Loterias Caixa são realizados em São Paulo. Os apostadores da Mega da Virada podem acompanhar a transmissão ao vivo pelas páginas da instituição no YouTube e no Facebook. O g1 também fará transmissão ao vivo do sorteio.
Os números sorteados e o rateio do prêmio também ficam disponibilizados no site da Caixa após a realização do concurso.
Como resgatar o prêmio?
O sortudo poderá receber o prêmio nas agências da Caixa. Valores iguais ou acima de R$ 10 mil são pagos no prazo mínimo de dois dias úteis após o ganhador se apresentar em uma agência.
Os documentos necessários são o bilhete premiado ou o comprovante da aposta, além de documento pessoal com foto e CPF.
A Caixa lembra que, se o bilhete foi emitido na lotérica, é importante que o ganhador se identifique no verso do bilhete premiado antes mesmo de sair de casa.
As informações necessárias são: nome completo, número do documento de identificação e CPF. Dessa forma, diz a instituição, o apostador garante que ninguém mais retire o prêmio.
O ganhador tem até 90 dias corridos, a partir da data do sorteio, para receber. Passado esse período, o prêmio prescreve e o valor é repassado ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
No caso de prêmios de até R$ 2.112,00, como em outros concursos, os valores podem ser recebidos nas casas lotéricas.
Quais são as dezenas mais sorteadas na história da Mega da Virada?
De acordo com a Caixa Econômica Federal, o número 10 é o que mais marcou presença nos sorteios. A dezena já apareceu, até agora, em cinco edições da loteria.
Na sequência, vem o número 5, com quatro aparições. Veja a seguir outras dezenas sorteadas.
Ela é a mulher que lidera a lista e a primeira a acumular mais de R$ 485 bilhões. O primeiro do ranking dos 500 mais ricos é o bilionário Elon Musk.
As ações da empresa bateram recorde ontem após o anúncio. A L'Oréal fechou o dia com a cotação em R$ 2419,92 na bolsa de valores de Paris.
Quem é Françoise Bettencourt Meyers?
Françoise é neta do fundador da L'Oréal. A L'Oréal é a maior fabricante mundial de cosméticos e dona das marcas Lancôme e Garnier.
Françoise e sua família possuem 34,7% do capital social da L'Oreal. A família detém a maior parte das ações da empresa, de acordo com seu relatório financeiro anual de 2022.
Ela é vice-presidente do conselho da fabricante. Além disso, preside a empresa de participações de sua família Téthys desde 2012 e é também presidente da fundação filantrópica Bettencourt-Schueller.
Considerada a mais rica do mundo, a francesa Françoise Bettencourt Meyers, 70 anos, herdeira da L’Oréal, se tornou a primeira mulher a acumular uma fortuna de mais de US$ 100 bilhões.
A herdeira da marca de cosméticos atingiu a marca nessa quinta-feira (28/12), de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Leia também
Na ocasião, as ações da empresa bateram recorde, fechando o dia com a cotação em € 451,30 na Bolsa de Paris. Ao longo do ano, a empresa acumulou valorização de 35%.
Françoise está na 12ª posição no ranking de bilionários, logo atrás do mexicano Carlos Slim. O primeiro da lista é Elon Musk, dono da Tesla, Starlink e X (antigo Twitter), com US$ 232 bilhões de patrimônio.
A história da L’Oréal
A marca de comésticos foi fundada pelo avô da bilionária, Eugene Schueller. A francesa se tornou a mulher mais rica do mundo após a morte de sua mãe, Liliane Bettencourt, em 2017.
Atualmente, Françoise faz parte do conselho de administração da multinacional e vive uma vida reservada. Ela é autora de dois livros e um de seus hobbies é tocar piano todos os dias.
Os setores de indústria, construção civil e agronegócio tiveram fechamento de vagas em novembro. O Ministério do Trabalho e Emprego afirma que a queda é justificada por um "impacto sazonal". Na Indústria foram fechados 12.911 postos de trabalho. Na construção civil, foram fechadas 17.300 vagas e na agropecuária, 21.017 postos formais de trabalho.
O salário de contratação foi de R$ 2.021,73 em novembro. O valor é R$ 27,98 maior do que o registrado em novembro do ano passado, já descontada a inflação.
Resultado em 2023
De janeiro a novembro de 2023, foram criadas 1.914.467 vagas de trabalho formal. Houve criação de vagas em todos os estados brasileiros.
Os estados que mais geraram vagas foram São Paulo (551.172), Minas Gerais (187.866) e Rio de Janeiro (165.701). Os que criaram menos postos de trabalho formais foram Acre (4.969), Roraima (5.713) e Amapá (6.319).
O que é o Caged
O Caged reúne dados do governo federal sobre empregos formais. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados se referem apenas a trabalhadores com carteira assinada (CLT), e são as próprias empresas que preenchem as informações no sistema.
Nesta manhã, a agenda deindicadoresacordou com foco ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) e ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), medidos pelo IBGE e FGV Ibre, respectivamente.
EmWall Street, os índices abriram em alta, com impulso de negociações ligeiras no penúltimo dia do mercado aberto em 2023. Simultaneamente, o índice de referência S&P 500 oscilou em torno da sua máxima histórica, na esperança de cortes antecipados das taxas de juro no próximo ano.
Por volta de 12h55, oIbovespa(IBOV) subia 0,11% a 134.345 mil pontos. Já em Wall Street,S&P 500,Dow Jones,Nasdaqsubiam 0,14%.
O papel da CVC (CVCB3) lidera o ranking de baixas do Ibovespa nesta manhã, despencando 10,22%, enquanto a MRV (MRVE3) lidera em altas, com +1,91%.
As melhores e as piores ações de 2023:Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) estão na lista? Confira no Giro do Mercado desta quinta-feira (28) e prepare sua carteira para o próximo ano,é só clicar aqui:
Giro dos Indicadores: Confira os dados que saíram na manhã desta quinta-feira (28)
O resultado da prévia da inflação veio superior à mediana das projeções de mercado, visto que a expectativa era de um avanço de 0,27% na comparação mensal.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), registrou uma variação positiva de 0,74% no mês de dezembro, ante os 0,59% em novembro.
Com isso, o índice acumulou queda 3,18% no período de janeiro a dezembro. No comparativo anual, o índice havia acelerado 0,45% em dezembro, acumulando 5,45% em 12 meses.
Nas composições do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), no qual responde por 60% do indicador geral, apontou um aumento de 0,97%, ante a alta de 0,71% em novembro.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), no qual responde por 30% do indicador geral, apontou variação de 0,14% em dezembro, ante a variação de 0,42% no mês passado.
Por fim, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), no qual responde por 10% do indicador geral, apontou uma variação de 0,26% este mês, um avanço ante a taxa de 0,10% em novembro.
Ainda apurados pelo FGV Ibre, também saíram os dados do Índice de Confiança do Comércio (ICOM) e o Índice de Confiança de Serviços (ICS).
O ICOM manteve-se estável em dezembro, variando 0,2 pontos e atingindo a faixa dos 86,7 pontos. Em médias móveis trimestrais também houve queda pelo quarto mês consecutivo, de 1,8 pontos.
Já o ICS caiu 2,4 ponto em dezembro, para 92,0 pontos. Com esse resultado, o índice atinge o seu menor nível desde março de 2023 (91,7 pontos).
Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,6 ponto em relação ao mês imediatamente anterior
Estados Unidos
Segundo o Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 12 mil, atingindo um total de 218 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 23 de dezembro. A previsão dos economistas era de 210 mil pedidos.
O nível da semana anterior foi revisado para cima, indo de 205 mil para 206 mil.
Ásia
Em Hong Kong, os dados de Balança Comercial, apurado o Departamento de Censos e Estatística (C&SD), apresentou alta de 7,4% no valor das exportações totais de bens, juntamente do valor das importações de bens, subindo 7,1%.
Em novembro, o valor das exportações totais de bens aumentou para US$ 386,6 milhões, após o aumento de 1,4% em outubro. Já o valor das importações de bens aumentou para US$ 414,6 milhões, após um aumento homólogo de 2,6%.
O déficit comercial visível, equivalente a 6,7% do valor das importações de bens, registrou o valor de US$ 27,9 milhões em novembro.
O Brasil tem exatamente 51 carros elétricos novos à venda no mercado nesse fim de 2023. E se algum deles te interessa, saiba que para 2024 as notícias não são das melhores: os preços devem subir com a volta do imposto de importação para elétricos, híbridos e híbridos plug-in. O anúncio foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic)em 10 de novembro. Portanto, o ano será de muitos desafios para este mercado que bateu recorde histórico em 2023.
Autoesporte vai explicar como será a volta deste imposto de importação e como as fabricantes terão que se adaptar a isso.
Vendas dispararam em 2023
De janeiro até o final de novembro de 2023, as vendas de elétricos já alcançaram a marca de 13.292 unidades. O crescimento é bem significativo de 57%, se comparado com 2022, quando o número de emplacamentos do segmento foi de 8.458 do mesmo período.
O líder disparado é o BYD Dolphin — eleito o Carro do Ano 2024 —, que vendeu 4.561 unidades, segundo a Fenabrave, associação que representa as concessionárias. Somente em novembro foram 1.694 emplacamentos, muito mais do que os 286 do vice-líder, Yuan Plus, também da BYD.
Como vai funcionar a volta do imposto?
A tributação será de 35% para as três categorias, porém, será cobrado de forma gradual a partir de janeiro de 2024.
Confira abaixo quanto e quando os impostos entram em vigor para cada categoria:
Carros híbridos
12% em janeiro de 2024
25% em julho de 2024
30% em julho de 2025
35% em julho de 2026
Carros híbridos plug-in
12% em janeiro de 2024
20% em julho de 2024
28% em julho de 2025
35% em julho de 2026
Carros elétricos
10% em janeiro de 2024
18% em julho de 2024
25% em julho de 2025
35% em julho de 2026
Apesar de retomar o imposto de importação, o governo atribuiu uma cota para que as fabricantes possam trazer ao Brasil carros eletrificados sem pagar a alíquota. O governo já estabeleceu os valores totais, mas ainda não detalhou quanto cada fabricante terá direito.
A promessa era que a distribuição de cotas fosse anunciada em dezembro, mas o ano se encaminha para o fim e o governo ainda não anunciou a divisão. Confira as cotas totais para os próximos anos:
Cotas para importação de carros eletrificados
Até junho de 2024
Até julho de 2025
Até junho de 2026
Híbridos
US$ 130 milhões
US$ 97 milhões
US$ 43 milhões
Híbridos plug-in
US$ 226 milhões
US$ 169 milhões
US$ 75 milhões
Elétricos
US$ 283 milhões
US$ 226 milhões
US$ 141 milhões
Por que o imposto vai voltar?
De acordo com o governo, a intenção é "desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neoindustrialização do país". A volta do imposto de importação acontece oito anos após o governo baixar de 35% para zero a alíquota para veículos híbridos e elétricos.
Mais sobre Veículos Elétricos
Produção de elétricos no Brasil
Nenhuma fabricante instalada no país produz veículos elétricos atualmente, mas isso já tem data para mudar.
A chinesa BYD comprou a fábrica que pertenceu à Ford entre 2001 e 2021 em Camaçari (Bahia) e confirmou que vai fabricar dois elétricos, oDolphin e Yuan Plus, e um híbrido, o Song Plus. O investimento inicial é de R$ 3 bilhões e o começo da produção está previsto para o segundo semestre de 2024. A partir de 2025 o objetivo é fabricar 150 mil unidades por ano — sem especificar a quantidade exata de cada modelo. É provável que o Dolphin tenha um volume de fabricação maior do que dos outros.
Os três carros elétricos mais baratos do Brasil são: Caoa Chery iCar (R$ 119.990), Kwid E-Tech (R$ 123.490) e Jac E-JS1 (R$ 126.900). O Dolphin é um pouco mais caro do que o trio e parte de R$ 149.800.
Pensando que os 10% de repasse do imposto seja integral, os valores do quarteto acima vão para: Caoa Chery iCar (R$ 131.989), Kwid E-Tech (R$ 135.839), Jac E-JS1 (R$ 138.600) e Dolphin (164.780). É pouco provável que isso aconteça e o repasse deve ser menor no preço final dos carros, entretanto, um certo aumento deve ser inevitável, portanto, fica aqui nosso reforço novamente: não espere chegar 2024 para comprar o seu carro elétrico.
Assine aqui a nossa newsletter
O que esperar para 2024?
Como mencionado acima, com certeza os carros elétricos vão começar 2024 mais caros. E o desafio das fabricantes é justamente fazer uma estratégia para não elevar muito os valores repentinamente, para que um mercado que decolou em 2023 não sofra retrocesso em 2024.
O que deve acontecer para minimizar o impacto é o aumento seja gradual, como é o caso da Volvo. Privilegiando o volume de vendas, a marca, neste primeiro momento, vai adotar táticas diferentes para seus carros elétricos. O EX30, que chega em meados do ano que vem, terá um repasse menor de imposto que o de XC40 e o C40. A fabricante estipulou um aumento de 5% para o inédito SUV de entrada que tem o objetivo de responder por mais da metade das vendas da Volvo em 2024. Quem comprou o modelo na pré-venda, inclusive, já sofrerá com o reajuste e terá que arcar com a diferença.
O EX30 foi anunciado com preços entre R$ 220 mil e R$ 280 mil. Os novos valores devem ficar entre R$ 230 mil e R$ 295 mil. "Esperamos não perder nenhuma das 2.000 reservas do carro", diz Marcelo Godoy, novo presidente da Volvo Brasil. Já para os outros dois modelos da gama, o reajuste será de 10%. Confira a tabela abaixo:
Tabela
Carro elétrico
Imposto Janeiro/2024
Imposto Julho/2024
Repasse Volvo para 2024
EX30
10%
18%
5%
XC40/C40
10%
18%
10%
Além do reajuste nos preços, é provável que o volume inicial de carros elétricos importados para o Brasil no início de 2024 seja menor, justamente para as fabricantes sentirem a reação do mercado. Com a soma de tudo isso, pelo menos no primeiro trimestre devemos ter queda nos emplacamentos até o mercado se adaptar.
Em 2024 vários carros elétricos já estão confirmados para chegar ao Brasil, inclusive o BYD Seagull, que vai se chamar Mini Dolphin por aqui, e será o modelo mais barato do mercado no segmento. Por enquanto, a estratégia das principais fabricantes de elétricos segue em sigilo. A partir de 1º de janeiro de 2024 vamos ter um cenário mais claro do que está por vir e o quão difícil será superar esses desafios.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É sóclicar aquipara acessar a revista digital.