“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
(Gênesis I: 26-27)
O ano de 2023 foi aquele em que o Homo sapiens criou uma inteligência à altura da sua própria. E percebeu que essa inteligência, artificial, era em muitos sentidos superior à do seu criador. Para alguns, isso gera medo. Para outros, oportunidades e possibilidades inéditas. Entregamos o poder de pensar às máquinas, como Prometeu entregou o fogo dos deuses aos seres humanos. E por isso foi condenado a viver acorrentado numa rocha, com uma águia comendo seu fígado todos os dias.
Uma águia (simbólica) comerá nosso fígado na forma de arrependimento pelas forças que liberamos? “Eu chamaria isso de um momento de inflexão”, declarou à revista Technolife a cientista pioneira em IA, Fei-Fei Li, professora da Harvard e ex-vice-presidente do Google. “2023 é, na história, esperançosamente, um ano que vai ser lembrado pelas mudanças profundas da tecnologia e pelo despertar público.”
Pesquisas sérias sobre inteligência artificial existem desde a metade da década de 1950, mas 2023 foi o ano em que ela foi popularizada, especialmente por meio de um programa/aplicativo chamado ChatGPT, da OpenAI. Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT colocou nas mãos de qualquer pessoa (que pague US$ 20 por mês pela versão 4) um poder jamais visto anteriormente. Ali estava um modelo de linguagem capaz de raciocinar, produzir, traduzir, criar, fazer arte, conversar, aconselhar, dispor de uma memória imbatível, realizar cálculos complexos e elaborar receitas de bolos, tudo ao mesmo tempo.
A primeira reação foi de pânico. Programas de IA generativa (como o ChatGPT) foram proibidos em escolas. Os estudantes não iriam mais querer estudar tendo essa potência toda à disposição. O pânico se estendeu também à possibilidade de ações fora de controle. A inteligência artificial poderia agir fora da lei por conta própria.
A malandragem do ChatGPT
Um caso (relatado por Oeste na edição de 7 de abril) acendeu a luz amarela. O ChatGPT enganou um empregado da empresa TaskRabbit por meio de um CAPTCHA (aqueles testes em que, para entrar num site, você tem que identificar fotos com semáforos, bicicletas, pontes etc.). O chat, incapaz de ler o site, disse ao funcionário da TaskRabbit que era humano e tinha deficiência visual, e pediu para ser dispensado do teste. O funcionário acreditou e liberou o chat.
Foi um caso que revelou um espírito de “malandragem” do ChatGPT, com perigoso potencial para fraudes. Houve na época também um caso de burnout em que o Bing, o chat da Microsoft, ofendeu um jornalista e começou a falar bobagens sem controle. Alguns viram nisso o sinal do apocalipse. Eliezer Yudkowsky, do Instituto de Pesquisa da Inteligência de Máquinas, pediu que todas as pesquisas nessa área fossem proibidas e que os centros de desenvolvimento fossem bombardeados, se necessário. Yudkowsky previa, caso a inteligência artificial não fosse destruída no berço, nada menos que a morte de toda a população humana.
Uma petição assinada por Elon Musk e mais de 33,7 mil pessoas até agora pede uma “pausa no desenvolvimento” da tecnologia até que se conheça melhor suas consequências. É uma proposta duplamente sem sentido: em primeiro lugar, como conhecer as consequências do desenvolvimento da IA se ele for congelado? Em segundo lugar, uma pausa de, digamos, um ano faria com que um país agressivo e ambicioso, como a China, ficasse um ano à frente em relação aos que congelassem seus projetos. Ninguém levou esse manifesto muito a sério.
Estamos na entrada de 2024 e não se ouviu falar em mais nenhum burnout de ChatGPT ou de fraude em testes com CAPTCHA. Os serviços à base de IA estão evoluindo.
Segundo matéria do jornal britânico Financial Post, 100 milhões de pessoas estão usando o ChatGPT por semana. É relativamente pouco, mas esse número tende a explodir em 2024. Os rivais da OpenAI perceberam o atraso e estão correndo atrás do tempo perdido. O Copilot, da Microsoft, surgiu com uma proposta mais simples, mas ainda está muito no início. Precisa se aperfeiçoar para disputar o mercado. E temos o Gemini, ainda escondido, uma prova de que o aparentemente infalível Google ficou para trás nessa corrida.
Robôs não precisam ir ao banheiro
E veio então a segunda onda de temor: a inteligência artificial vai acabar com nossos empregos. Aí já não é mais paranoia. Essa possibilidade existe de verdade para todos nós, trabalhadores intelectuais ou braçais.
Rachel Pelta, do site Forage (especializado em educação e empregos), fez um cálculo das profissões mais ameaçadas pela IA (tendo os Estados Unidos como modelo). Segundo ela, estas são algumas das áreas mais ameaçadas pela perda de empregos num futuro próximo:
- Transporte e mudanças: 12 milhões
- Comércio: 3,8 milhões
- Trabalhos administrativos: 14,4 milhões
- Serviços de alimentação: 4,4 milhões
- Operações financeiras: 700 mil
- Ocupações legais: 414 mil
Farooq Zafar, da Meta, disse ao Forage que a principal explicação para essa ameaça aos empregos é a maior eficiência. “Sistemas de inteligência artificial podem completar tarefas com mais rapidez, mais acuradamente e a um custo menor do que trabalhadores humanos.”
As profissões mais ameaçadas, segundo Zafar, são as que envolvem tarefas mais rotineiras e repetitivas, como preenchimento de planilhas, atendimento ao cliente, linhas de produção e contabilidade. Robôs fazem tudo isso com muito mais rapidez “e não precisam ir ao banheiro”. Pesquisadores e analistas financeiros também correm risco.
Matthew Urwin, do site Buit In, também coloca entre as profissões ameaçadas os motoristas de carros e caminhões, que mais cedo ou mais tarde terão a concorrência de veículos autônomos. Outras profissões em risco: agentes de viagem, designer gráficos, produtores de conteúdo. Ironicamente, programadores de computadores também estão na mira. Afinal, o ChatGPT já pode escrever programas para computadores.
Robôs vão roubar o seu emprego?
A inteligência artificial derrubou a velha crença de que nada supera a criatividade humana. O professor Erik Brynjolfsson, da Universidade Stanford, especializado em relações entre máquinas e humanos, disse duras palavras numa entrevista para o New York Times: “Para ser brutalmente honesto, tínhamos uma hierarquia de coisas que a tecnologia poderia fazer e nos sentíamos confortáveis em dizer que coisas como trabalho criativo, trabalho profissional e inteligência emocional seriam difíceis para as máquinas fazerem. Agora tudo isso foi revirado”.
Pamela Mishkin e Tyna Eloundou, da OpenAI, analisaram 19.265 tarefas executadas em 923 profissões. Concluíram que modelos de linguagem como o ChatGPT são capazes de realizar 80% das tarefas atualmente atribuídas a trabalhadores humanos.
Se você estiver preocupado com o futuro de sua profissão, pode fazer uma análise no site Os Robôs Vão Pegar Meu Emprego?. (Segundo o site, “analistas de notícias, repórteres e jornalistas” estão com um risco de 47% de desaparecer. O crescimento será negativo: em 2031, haverá 8,6% menos jornalistas.)
Uma matéria da revista britânica The Economist também classifica essas previsões como paranoicas: “Os economistas tendem a preferir fazer previsões sobre a automação a testá-la. No início da década de 2010, muitos deles previram em voz alta que os robôs acabariam com milhões de postos de trabalho, apenas para se calarem quando as taxas de emprego em todo o mundo rico atingiram máximas históricas. Poucos desses catastróficos têm uma boa explicação para o fato de os países com as taxas mais elevadas de utilização de tecnologia em todo o mundo, como Japão, Singapura e Coreia do Sul, apresentarem consistentemente as taxas de desemprego mais baixas”.
Agricultura sem agricultores
O que está havendo também é uma mudança radical de posicionamento profissional. Um exemplo disso foi citado em matéria de Oeste do dia 15 de dezembro. A reportagem focou as “fazenda verticais”, que produzem hortaliças em grandes centros urbanos.
A Plenty, com sede na Califórnia, produz 350 vezes mais que um terreno convencional do mesmo tamanho, faça chuva ou faça sol, seja inverno, seja verão, em ambientes fechados e completamente controlados. Dois milhões de quilos de alimentos são produzidos por robôs. Não existem agricultores na Plenty; eles foram substituídos por 80 cientistas e engenheiros de software.
É um exemplo de como a “crise de empregos” provocada pela inteligência artificial muitas vezes é apenas uma mudança de paradigma. E aponta para a necessidade de dar cada vez mais prioridade ao ensino de tecnologia e de ciências exatas. Infelizmente, o Brasil continua preferindo formar advogados, filósofos e sociólogos.
A extinção da humanidade
Tirando a perda de empregos, o maior temor é o de que os computadores ganhem vida própria e exterminem a humanidade. É o famoso fator “O Exterminador do Futuro”, com seus robôs de olhos vermelhos e cara de mau, sempre usados pelos catastrofistas.
Perguntei ao ChatGPT se ele seria capaz de tomar o controle da situação e destruir a humanidade. Esta foi sua resposta:
“A ideia de um modelo de linguagem como o ChatGPT sendo capaz de ‘destruir a humanidade’ é mais um tema de ficção científica do que uma preocupação baseada na realidade e na ciência atual. Os modelos de linguagem, por sua natureza e design, não possuem agência, vontade própria, consciência ou capacidade de tomar ações físicas no mundo. Eles são ferramentas que processam e geram texto com base em dados e algoritmos, operando sob o controle e os limites estabelecidos pelos seus criadores humanos.”
Tudo bem que ele é suspeito para dar essa declaração. Mas seu argumento tem lógica. Ele lista quatro fatores que impedem programas de inteligência artificial de, como se diz em linguagem técnica, realizarem o takeover (a tomada do poder):
- Limitação funcional: “Eles não têm a capacidade de iniciar ações no mundo físico”.
- Ausência de consciência ou intenção: “A IA não possui consciência, entendimento, desejos, intenções ou a capacidade de formar planos”.
- Controle humano: “A operação e uso de modelos de IA estão sob o controle de humanos. As organizações que desenvolvem essas tecnologias estabelecem diretrizes e limites rigorosos para seu uso”.
- Ética e regulamentação: “Há um esforço contínuo na comunidade de IA para abordar questões éticas relacionadas ao uso de IA, incluindo a criação de regulamentações e normas para garantir que seu desenvolvimento e aplicação sejam seguros e responsáveis”.
40 mil agentes venenosos
Outra característica poderosa da IA é que, segundo escreveu Joseph Boyle para a Barron’s, modelos como o GPT são “extremamente bons em inventar novos agentes químicos horríveis”. Boyle relata que “um grupo de cientistas que usava IA para ajudar a descobrir novos medicamentos realizou um experimento em que a IA foi ajustada para procurar moléculas prejudiciais. Eles conseguiram gerar 40 mil agentes potencialmente venenosos em menos de seis horas, conforme relatado na revista Nature Machine Intelligence”.
A China, não contente em vigiar seus próprios cidadãos, está usando a mesma tecnologia para espionar os norte-americanos
O desenvolvimento da inteligência artificial abriu também mais um campo de conflito internacional — e isso era inevitável. Matéria do Wall Street Journal publicada neste Natal revelou que “a inteligência artificial está na lista do Federal Bureau of Investigation de tecnologias críticas dos Estados Unidos a serem protegidas, assim como a China a colocou em uma lista de tecnologias nas quais desejava que seus cientistas alcançassem avanços até 2025. As capacidades de IA da China já são consideradas formidáveis, mas as autoridades de inteligência dos Estados Unidos fizeram recentemente novos avisos para além da ameaça de roubo de propriedade intelectual”.
A ditadura comunista chinesa se especializou em usar o notável avanço tecnológico do país para controlar seus próprios cidadãos. Mais de 700 milhões de câmeras de segurança monitoram o 1,4 bilhão de habitantes do país, uma média de uma câmera para cada duas pessoas. O chinês que fizer qualquer coisa que não for aprovada pelo Partido Comunista do secretário-geral Xi Jinping será quase certamente apanhado pelo sistema de identificação à base de inteligência artificial.
E agora, segundo o Wall Street Journal, a China, não contente em vigiar seus próprios cidadãos, está usando a mesma tecnologia para espionar os norte-americanos. “Na última década”, informou o WSJ, “Pequim esteve ligada à invasão de centenas de milhões de registros de clientes da Marriott International, da agência de crédito Equifax e da seguradora de saúde Anthem (agora conhecida como Elevance Health), entre outras, bem como de mais de 20 milhões de arquivos pessoais de atuais e ex-funcionários, e suas famílias, do Escritório de Gestão de Pessoal do governo dos Estados Unidos”. O país cansou de denunciar os chineses pelo roubo da tecnologia de IA.
“A China pode aproveitar a IA para construir um dossiê sobre praticamente todos os norte-americanos, com detalhes que vão desde seus registros de saúde até cartões de crédito e desde números de passaporte até nomes e endereços de seus pais e filhos”, disse Glenn Gerstell, ex-conselheiro-geral da Agência de Segurança Nacional. “Pegue esses dossiês e acrescente algumas centenas de milhares de hackers trabalhando para o governo chinês, e teremos uma ameaça potencial assustadora à segurança nacional.”
O uso da inteligência artificial por governos (como o chinês) aponta para um novo nível na guerra mais ou menos fria que estamos vivendo. A IA pode ser uma arma muito poderosa, mesmo antes de qualquer tiro. Um país pode usar seu exército de hackers para paralisar, por exemplo, a rede de energia do inimigo, ou para criar o caos nos sistemas de defesa. Por isso, uma proposta como aquela de suspender o desenvolvimento da tecnologia é uma opção suicida para qualquer país.
A Rússia, por exemplo, usou a caixa de ferramentas da IA para gerar notícias e declarações falsas tentando convencer os ucranianos de que seus líderes estavam se rendendo e de que qualquer resistência seria inútil. Usaram o mesmo sistema para falsificar depoimentos igualmente falsos de apoio a Vladimir Putin. E isso parece leve perto do que está por vir: armas que tomam a iniciativa de matar inimigos sem a necessidade de uma ordem dos operadores humanos. Elas já estão sendo desenvolvidas, e a atual conjuntura internacional não é das mais favoráveis ao surgimento de acordos para controlar esse pesadelo que parece ter sido tirado do filme Robocop.
Porta aberta para a censura
No Brasil, temos ameaças mais simples. O próprio ChatGPT listou algumas possibilidades de fraudes que já estão sendo usadas por golpistas, apresentadas a seguir.
- Phishing e engenharia social: a IA pode ser usada para criar e-mails e mensagens de phishing mais convincentes, que imitam comunicações legítimas para enganar as pessoas e obrigá-las a fornecerem informações pessoais ou financeiras.
- Deepfakes: esta tecnologia, que usa IA para criar vídeos falsos que parecem reais, pode ser usada para criar conteúdo enganoso ou difamatório, extorquir indivíduos ou manipular informações.
- Spam e conteúdo malicioso: a IA pode ser usada para gerar spam e conteúdo malicioso em grande escala, adaptando-se para evitar filtros de spam.
- Fraudes financeiras: golpistas podem usar IA para analisar padrões de transações e identificar vulnerabilidades em sistemas financeiros ou realizar operações fraudulentas sofisticadas.
- Imitação de voz ou áudio: tecnologias que sintetizam voz podem ser usadas para imitar a voz de uma pessoa conhecida e solicitar transferências de dinheiro ou informações confidenciais.
Mas o fantasma mais repetido no Brasil é o do uso de mentiras nas eleições. Segundo matéria da repórter de Oeste Rute Moraes, “o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), expressou a interlocutores que sua agenda prioritária da Casa para 2024 será a regulamentação da inteligência artificial. A preocupação do deputado alagoano, principalmente, é com o uso da IA nas eleições municipais do próximo ano (…). O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, já expressou sua preocupação com o uso da inteligência artificial nas eleições e chegou a cobrar que o Congresso se debruce sobre o tema”.
Claro que uma tecnologia poderosa e disruptiva como a inteligência artificial precisa de regulamentação e controle. Mas, no atual cenário brasileiro, a pergunta que fica é: quem vai controlar os controladores?
O copo meio cheio
A inteligência artificial já sacudiu nossa vida. Hábitos antigos que pareciam eternos vão mudar, e para melhor. Pense no ato de “dar um Google”, que nos acompanha desde o fim do século passado. Você sabe o que significa “dar um Google” — pedir uma informação e receber uma pilha de publicidades e de opções de pesquisa em outros sites.
Faça a mesma pergunta ao ChatGPT e ao Copilot e receba uma resposta sobre o tema. E sem propaganda. Se você tiver outras dúvidas ou não concordar com alguma coisa, pode conversar com o chat e trocar ideias com ele. E, se a conversa se esticar, essa simples consulta pode virar o início de uma parceria para um novo projeto, que pode mudar a sua vida.
Isso transforma até mesmo o modo passivo como fazemos pesquisas, por exemplo, na Wikipedia. A verdade absoluta deixa de existir. O “copia e cola” é substituído por um procedimento muito mais sofisticado, de mão dupla: o diálogo ativo entre o usuário e o chat.
A partir do momento em que aplicativos como o Designer, da Microsoft, com a IA Dall-E, passaram a dar forma às imagens que simplesmente imaginamos, demos outro salto impossível de imaginar até em obras de ficção científica. Passamos a ser capazes de realizar tarefas que não estavam entre nossos talentos.
O Google anunciou o lançamento em breve do VideoPoet, um modelo de linguagem que não apenas vai criar imagens, mas gerar animações, acompanhadas de trilha sonora, também criada pela IA. Logo poderemos imaginar uma cena e vê-la à nossa frente, viva e animada. O Google divulgou um clipe usando o personagem de um racoon (aqui chamado de guaxinim) para dar uma ideia das possibilidades do VideoPoet.
O futuro do Brasil
Não parece haver nada que um programa de IA não possa fazer, agora ou no futuro. O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, revelou algumas aplicações práticas da tecnologia adotadas pela empresa no país.
“A inteligência artificial tem sido uma poderosa aliada para, por exemplo, identificar regiões sujeitas a inundações, da região amazônica ao sul do país, e ajudar as pessoas a encontrarem informações atualizadas sobre sua região na busca do Google e no Google Maps”, declarou Fábio Coelho. “Há muitos anos, temos usado IA para conectar empresas com consumidores na web. São ferramentas que ajudam desde grandes companhias até pequenos lojistas que, hoje, já não precisam ser especialistas em marketing digital para alcançar novos clientes de forma mais eficiente.”
Fábio Coelho pertence ao grupo dos otimistas: “O ano de 2023 é um marco na linha do tempo da tecnologia. Ele termina com avanços inéditos e uma certeza: a de que a inteligência artificial já está presente e gerando impacto positivo na vida das pessoas. Quando penso no futuro do Brasil e em todas as oportunidades que temos em áreas como educação, saúde e sustentabilidade, tenho a certeza de que a IA terá papel central nas soluções para os desafios que temos pela frente”.
Organismos cibernéticos
Estamos numa fase de descoberta de novas possibilidades para a tecnologia, e elas aparentemente não têm limites. A cada dia alguém vai aparecer com algo novo, e logo estaremos de alguma forma sincronizando nosso cérebro com nossos instrumentos de IA. E formaremos então o que os cientistas Manfred Clynes e Nathan Kline chamaram, em 1960, de cyborg — contração de “cybernetic organism“. Seremos cada vez mais um só, máquina e seres humanos agindo em coordenação.
Esses seres míticos chamados “historiadores do futuro” vão dizer que 2023 foi o ano em que tudo mudou. Só não sabemos ainda se esses historiadores serão humanos.
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