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Friday, October 14, 2022

Even (EVEN3), Helbor (HBOR3), Cury (CURY3) e mais 3 construtoras soltam dados operacionais: qual a visão dos analistas? - InfoMoney

Várias construtoras listadas na bolsa brasileira relataram seus dados operacionais do terceiro trimestre na noite passada (13): Even (EVEN3), Melnick (MELK3), Mitre (MTRE3), Helbor (HBOR3), Cury (CURY3) e Plano&Plano (PLPL3).

No geral, as companhias apresentaram um menor número de lançamentos em relação aos vendas.

Conforme aponta ainda o Itaú BBA, os resultados operacionais das construtoras voltadas para a renda média ficaram em linha com as expectativas: velocidade de vendas um pouco menor, mas os níveis de estoque caíram e os distratos se mantiveram controlados.

“Acreditamos que o micro mais estável (mesmo que ainda seja fraco) pode abrir caminho para que a melhora macro domine a narrativa das ações, levando a uma possível reavaliação”, aponta.

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Quanto às construtoras de baixa renda, os números vieram fortes, com as empresas relatando preços crescentes, o que é um bom presságio para uma tendência ascendente sustentável das margens nos próximos poucos trimestres, avalia o banco.

“Mantemos nossa visão positiva para ambos os segmentos e nossa relativa preferência por as construtoras de renda média em uma assimetria mais atraente”, concluem os analistas.

Confira as análises das prévias por empresa:

A Helbor teve um terceiro trimestre com alta de 11,7% nas vendas líquidas, que somaram R$ 469,6 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Já os lançamentos recuaram 18,2%, para R$ 228 milhões. Foram dois novos projetos no período, em Mogi das Cruzes e em São Bernardo do Campo (SP).

“A Helbor informou bons números para o 3T22, alimentados por uma forte velocidade de vendas para lançamentos de 82% e R$ 46 milhões em vendas de estoques de acabados, o que deve beneficiar a geração de caixa e ajudar a compensar a falta de projetos concluídos durante o trimestre”, comentou Bradesco BBI, em relatório.

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Segundo ps analistas do banco, a construtora continua a evoluir nas vendas de unidades legadas, embora seu processo de desalavancagem deva levar mais do que alguns trimestres, o que enxergam como a principal razão para o valuation deprimido de HBOR3 e o relativo desconto aos pares (múltiplo de preço sobre o valor patrimonial por ação de 0,3 vez, apesar de estar 50% maior em relação as mínimas de julho passado).

Na avaliação do Itaú BBA, a Helbor reportou números razoáveis no trimestre. Os lançamentos desaceleraram no período, enquanto as vendas contratadas ficaram praticamente estáveis tanto no trimestre quanto no ano anterior, levando a velocidade de vendas a melhorar quase 300 pontos-base ante o 2T22. Os níveis de estoque também caíram para 30 meses de vendas, de 32 meses no 2T22 e 21 meses no 3T21.

Plano & Plano (PLPL3)

Os lançamentos da Plano & Plano chegaram a R$ 424 milhões no 3T22, um ligeiro aumento de 7,5% no trimestre, mas um decréscimo de 3,8% no comparativo anual. As vendas líquidas totalizaram R$ 420 milhões, um aumento significativo de 10,8% e 28,8% no trimestre e na comparação ao 3T21, respectivamente.

A Plano & Plano reportou números fortes no terceiro trimestre de 2022, com lançamentos se recuperando no trimestre, com sólidos aumentos de preço (6% em base anual), e o VGV vendido subindo 29% na comparação ao 3T21, destaca o BBI.

Além disso, a empresa manteve sua estrutura de ativos com estoques quase estáveis no trimestre, em R$ 2 bilhões – com
apenas 2,6% de acabados. Dito isso, BBI mantém recomendação de compra para o ativo.

A XP também destaca que a Plano & Plano (PLPL3) manteve uma tendência positiva de vendas líquidas em sua prévia operacional do 3T22, com vendas líquidas atingindo níveis recordes, enquanto o preço médio por unidade vendida aumentou. “Dito isso, mantemos uma visão construtiva para PLPL3, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 7 7 por ação”, destacaram os analistas.

As vendas líquidas da Mitre atingiram R$ 165 milhões no 3T22 (aumento de 11,9% em base anual, mas queda de 13%
no trimestre). A velocidade de vendas (VSO) atingiu 9,3% (queda de 3,8 pontos percentuais no trimestre e de 9,8 pontos em base anual).

O VSO em 12 meses diminuiu para 34,5% (redução de 20,1 pontos percentuais em base anual e de 5,2 pontos percentuais no trimestre) como uma consequência natural da formação de estoques após o crescimento dos lançamentos nos últimos 12 meses.

Os distratos totalizaram R$ 45,5 milhões no 3T22 (avanço de 34,1% em base anual e de 16% no trimestre).

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Dois projetos lançados representaram R$ 548 milhões em VGV. A Mitre lançou o “Haddock 885” (o primeiro da Mitre Exclusive Collection), vendendo 24,4%. O segundo lançamento foi “Raízes Reserve” (68% do total do VGV), que vendeu 16,8%.

“Mitre continua a apresentar evolução nos lançamentos, com uma velocidade de vendas muito satisfatória em termos de projeto a projeto”, diz o BBI, em relatório.

Do lado oposto, os projetos estão se acumulando e a VSO desacelerou ligeiramente, levando o estoque consolidado a R$ 1,6 bilhão (ou R$ 1,9 bilhão considerando o lançamento de Outubro), que é quase cerca de 2,5x as vendas do trimestre anualizadas – um número que analistas do BBI consideram alto e que pode exigir algum pequeno ajuste de rota.

A favor da Mitre, o perfil de estoque é saudável (74% com menos de 1 ano de idade) e os projetos estão, em média, 63% vendidos, o que sugere produtos com tração comercial.

O BBI reitera recomendação de compra, uma vez que as ações negociam a um múltiplo atrativo de 3x P/L para 2023 (contra 6,7x dos pares).

O banco lembra que a Mitre já lançou o “Raízes Premium Butantã” (R$ 454 milhões em VGV) na primeira semana de outubro, que vendeu 30% no primeiro fim de semana. Será o maior projeto individual que a Mitre já fez.

O Itaú BBA destaca que a Mitre registrou fortes números de lançamentos, enquanto as vendas contratadas desaceleraram trimestralmente. A velocidade de vendas diminuiu tanto na base trimestral quanto na anual.

As vendas líquidas da Even totalizaram R$ 342 milhões (% Even, ou participação Even), representando um crescimento de 24% sobre o mesmo período de 2021, com uma velocidade de vendas (VSO) consolidada de 11%.

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Já as vendas de estoque somaram R$ 262 milhões com uma VSO de 9%. Dos empreendimentos lançados no trimestre, foram vendidos R$ 80 milhões, VSO de 49%.

Para Bradesco BBI, a Even relatou dados fracos, que refletem a abordagem conservadora da empresa ao ciclo comercial.

Apesar das vendas dos lançamentos representarem 49% (impulsionadas pelo pequeno volume lançado), a velocidade de vendas da Even dos estoques em construção ficou em 11%, estável no comparativo anual e 4pontos percentuais abaixo no trimestre.

A XP aponta que a Even divulgou resultados neutros em sua prévia operacional do 3T22, prejudicados pelo desempenho moderado de lançamentos, devido ao menor VGV, explicado por projetos compactos. No entanto, as vendas do estoque foram ligeiramente positivas. “Dito isso, mantemos nossa recomendação neutra para EVEN3, com preço-alvo de R$ 13 por ação”, avalia.

O BBA também destaca que a Even reportou desempenho de lançamentos ameno no trimestre, desacelerando nas bases de comparação, enquanto a velocidade de vendas também perdeu força, ainda que se mantendo em um nível ainda saudável sustentado por sólidas vendas de estoque.

A Cury teve alta de 27,6% em seus lançamentos no terceiro trimestre, com seis novos empreendimentos, cinco em São Paulo e um no Rio de Janeiro, que somaram um CGV de R$ 919,1 milhões.

As vendas líquidas foram 29,8% maiores do que em igual período de 2021, a R$ 885,8 milhões. A velocidade de vendas da empresa foi de 70,6%, redução de 3,4 pontos percentuais sobre o ano passado.

O time de research do Itaú BBA avalia que os lançamentos e as vendas contratadas da Cury foram sólidos, enquanto a transferência de recebíveis atingiu um recorde histórico.

“A empresa também entregou mais um trimestre de geração geração de caixa positiva”, destacam.

A XP também aponta que a Cury apresentou fortes dados operacionais no 3T22, impulsionados principalmente por lançamentos robustos e que totalizam R$ 2,8 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses do ano, alta de 38% na base anual.

“Além disso, destacamos o maior preço médio por unidade de R$ 254,7 mil no 3T22 (+16,0% na comparação anual e de +6,8% na trimestral), abrindo espaço para Cury continuar apresentando margem bruta acima dos pares. Dito isso, reiteramos a Cury como nossa principal escolha, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17 por ação”, avalia.

As vendas brutas e líquidas correntes da Melnick somaram, respectivamente, R$ 184 milhões e R$ 151 milhões (% Melnick), um crescimento de 87% no trimestre e 72% no ano.

No terceiro trimestre de 2022, a companhia lançou dois empreendimentos no total de R$ 283,2 milhões de valor geral de vendas VGV bruto (R$ 155,4 milhões no % Melnick), representando um crescimento de 15% no trimestre e 26% no ano.

A VSO de lançamento no 3T22 foi de 34% e a VSO média atingiu 12%.

A Melnick entregou um empreendimento totalizando R$ 136,6 milhões de VGV bruto (R$ 129,7 milhões no % Melnick) no terceiro trimestre de 2022.

O BBA aponta que os lançamentos da empresa aumentaram na base trimestral, enquanto as pré-vendas desaceleraram em relação aos fortes números vistos no trimestre anterior. Assim, a velocidade de vendas desacelerou em uma base trimestral e
os níveis de estoque caíram para 19 meses de vendas, de 21 meses no 2T22 e 34 meses no 3T21.

Para a XP, a Melnick reportou uma prévia operacional positiva no 3T22, impulsionada pelo crescimento de lançamentos e um desempenho de vendas líquidas saudável, embora tenha diminuído 47,2% em relação ao 2T22, quando ocorreu o Melnick Day. “Dito isso, mantemos nossa visão construtiva para Melnick com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9 por ação”, avalia.

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