Quanto maiores os juros nos EUA, menos dinheiro vai para as Bolsas do mundo todo, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Ao contrário, quando a tendência por lá é de que os juros parem de subir e caiam no médio prazo, os investidores começam a procurar investimentos que podem pagar mais em todo o mundo e, por isso, vêm para a Bolsa brasileira.
Os números mostram essa ligação forte com os dados dos EUA. "Tanto que o dia que teve mais aporte de estrangeiros na Bolsa brasileira foi logo após a divulgação do CPI, no dia 14, com entrada de R$ 2,3 bilhões", diz Martins.
A taxa de juros brasileira também atrai o investidor de fora. "Hoje, dentre os emergentes, o Brasil é o país que tem o maior juro real", diz Pedro Wilson Domingues, sócio da Nexgen Capital, de Goiânia. Juro real é a taxa nominal, a Selic, descontada da inflação. "A Argentina, por exemplo, tem uma inflação muito alta e o juro real por lá é negativo", diz Domingues.
O juro real no Brasil hoje é de 7,43% ao ano. Ou seja, a Selic, de 12,25% ao ano, descontada dos 4,82% equivalentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses até o final de outubro.
Mas os gastos do governo continuam afetando o mercado; "O risco fiscal pode reverter essa tendência de alta", diz o economista da Messem. Uma piora na guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, também tem potencial de jogar areia na engrenagem.
Para onde vai a Bolsa?
Os especialistas acreditam que essa tendência de alta pode continuar até o fim do ano, pelo menos. "A expectativa do mercado mundial é que os EUA comecem a baixar os juros entre maio e junho", diz ele. Como a Bolsa brasileira está barata, esse movimento pode continuar por algum tempo.
Estrangeiros Voltam Ibovespa Recorde - UOL Economia
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